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Fórum de Davos começa em clima pessimista, mas com foco em emprego

Na abertura do evento, líderes colocaram a redução do desemprego como prioridade para os próximos dez anos

Por Da Redação
25 jan 2012, 09h41

O Fórum Econômico Mundial de Davos começou nesta quarta-feira com uma clara preocupação com o crescimento global, a recessão na Europa e a redução dos altos índices de desemprego em um cenário de aumento populacional. Os mais de dois mil participantes do Fórum discutirão, ao longo de cinco dias, a criação de modelos econômicos alternativos que possam garantir o avanço das economias mundiais. Os temas foram debatidos logo na abertura do evento, quando os copresidentes do Fórum destacaram, em entrevista coletiva, a criação de postos de trabalho como prioridade da Europa e dos Estados Unidos para os próximos dez anos

Os organizadores – grupo composto por grandes empresas multinacionais e organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) – também lembraram que o desemprego serviu de motivação, entre outras coisas, para as recentes tensões no norte da África. Na avaliação do executivo-chefe do banco americano Citigroup, Vikram Pandit, serão criados 40 milhões de novos empregos na América Latina e 20 milhões nos Estados Unidos na próxima década.

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Clima de pessimismo – As perspectivas negativas sobre o futuro econômico deram o tom do debate sobre o estado do capitalismo, realizado na abertura do Fórum, antes de o evento ser inaugurado oficialmente ao final da tarde pela chefe do governo alemão, Angela Merkel. Preocupações com a recessão na Europa fizeram com que os discursos girassem em torno de lamentações. Contudo, os líderes também ponderaram que o sentimento de desânimo que impera na Europa não ocorre nos países emergentes “Se formos ao Brasil, teremos uma visão muito diferente de onde está o mundo, assim como se formos à Índia”, disse o diretor-executivo da Alcatel-Lucent, Ben Verwaayen.

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Para David Rubenstein, cofundador e diretor do fundo de investimentos americano Carlyle – que acaba de pagar um total de 134 milhões de dólares em dividendos ao término de um excelente ano para sua firma -, o Ocidente deve reconhecer seus problemas. “Creio que teremos de três a quatro anos para melhorar o modelo econômico vigente e, se não o fizermos rapidamente, perderemos a oportunidade de competir com o capitalismo do mercado emergente ou capitalismo de Estado”, afirmou.

Para Verwaayen, a globalização significa que mesmo que os governos tomem decisões a nível nacional, a “realidade é que a maioria das decisões será gerada a nível regional ou a nível global”. “Temos que redesenhar esse modelo” e “parar com a avareza que prevaleceu no sistema atual”, disse Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (ITUC), após recordar que há mais de 200 milhões de pessoas sem emprego no mundo e 45 milhões que entram no mercado de trabalho a cada ano.

Fome amplia debate – A questão da fome foi outro ponto discutido nesse primeiro dia de Fórum. O executivo-chefe da multinacional britânica Unilever, Paul Polman, lembrou a triste estatística de que diariamente “1 bilhão de pessoas vai dormir com fome”. De acordo com Polman, essa situação exige aumento da oferta de alimentos em 70% até 2020, quantia necessária para alimentar a população mundial.

O assunto foi abordado pelo diretor da empresa cinematográfica mexicana Cinépolis, Alejandro Ramírez. O mexicano declarou que a segurança alimentar será um de assuntos abordados pelos chefes de Estado e de Governo na reunião do G20 (grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes) deste ano, que ocorrerá em junho em Los Cabos, na Baixa Califórnia.

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Ramírez concordou que a estagnação das economias industrializadas põe em risco algumas economias emergentes da Ásia, América Latina e da África Subsaariana que hoje têm taxas de crescimento ‘decentes’.

Sistema Financeiro em transformação – Para os analistas reunidos na cidade suíça de Davos, o ano de 2012 se apresenta como um período de transformações depois que o sistema capitalista tenha sofrido a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial, que abalou a confiança do setor financeiro.

Nesse sentido, Vikram Pandit ressaltou neste primeiro dia de Fórum que é importante criar um sistema financeiro cada vez mais inclusivo, pois atualmente 2,5 bilhões de pessoas não têm conta bancária. “Os bancos devem servir aos clientes e não a eles mesmos”, afirmou.

(Com agência France-Presse e EFE)

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