FMI rebaixa previsão de PIB da América Latina em 2012
Para Fundo Monetário Internacional, região crescerá 3,4% este ano, com peso da crise financeira da eurozona e da desaceleração da China
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo sua perspectiva para a economia mundial e pediu às autoridades monetárias ações fortes para combater os múltiplos riscos ao enfraquecimento da recuperação global. Na revisão trimestral do Cenário Econômico Global (WEO, na sigla em inglês), o FMI manteve a projeção de crescimento para a expansão da economia mundial em 3,5% em 2012, e reduziu de 4,1% para 3,9% a projeção para 2013, em comparação com a projeção divulgada três meses atrás.
Para a América Latina, o FMI reduziu 0,3 ponto percentual na sua expectativa de crescimento em 2012, fixando-a em 3,4%. Em relação ao ano que vem, o órgao revisou sua previsão de 4,1% para 4,2%. Com isso, a região conseguiria um resultado melhor do que o esperado frente à desaceleração da economia chinesa e à crise da zona do euro.
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O Fundo alertou que os riscos de uma desaceleração rápida “continuam amplos” devido à ameaça de atraso ou ação insuficiente das autoridades monetárias e advertiu as autoridades monetárias na Europa e EUA dos perigos impostos pelo estado atual da economia. “As pessoas sentem que o mundo se tornou mais sombrio”, afirmou o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard.
As projeções estão baseadas em três grandes hipóteses: os líderes da zona do euro tomarão “atitudes políticas suficientes” para reduzir a crise financeira na região; o governo dos EUA agirá para evitar um aperto nítido na política fiscal no próximo ano; e os esforços dos países emergentes para acelerar o crescimento ganharão impulso.
Emergentes – Com as previsões de desaceleração em todo o mundo, o FMI também reduziu sua projeção de crescimento para a economia brasileira para 2,5% este ano. No relatório anterior, divulgado em abril, a entidade previa uma expansão maior, na faixa de 3,1% para o Brasil. Para 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é esperado em 4,6% (0,5 ponto percentual acima do previsto em abril).
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Para a China, a revisão foi de 8,2% para 8,0% e para a Índia, de 6,8% para 6,1%. Segundo o FMI, essas economias emergentes estão desacelerando devido “a forças globais, demanda doméstica mais fraca e maior aversão dos investidores ao risco”, com exportações e investimentos menores, disse Blanchard.
Segundo o relatório, a maior aversão ao risco dos investidores e a incerteza sobre o futuro das economias está levando não só à queda dos preços das ações, mas também a saídas de capital e à desvalorização da moeda dos emergentes. O FMI acredita que a América Latina será impactada pela desaceleração da China (principal parceiro comercial da região), que deixará de crescer entre 9% e 10%, como vinha fazendo, para se expandir a 8% em 2012 e 8,5% em 2013.
Apesar de ter reduzido a previsão de crescimento para o Brasil, a expectativa do Fundo ainda é maior que a do mercado. No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, os economistas consultados pelo Banco Central (BC) rebaixaram de 2,30% para 1,90% suas previsões médias para o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
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(Com agência EFE e Agência Estado)