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FMI pede reformas à Espanha após ajuda a bancos

Organismo ressalta a necessidade do acompanhamento de um pacote integral de reformas em outras áreas

Por Da Redação
15 jun 2012, 13h41

O Fundo Monetário Internacional pediu nesta sexta-feira que a Espanha apresente um plano de reformas claro e coerente, menos de uma semana depois do anúncio de uma ajuda europeia aos bancos espanhóis. A solicitação ocorreu após a finalização dos trabalhos de uma missão da entidade à Madri.

Ao lembrar que a ajuda de até 100 bilhões de euros é uma oportunidade para o país, o organismo ressalta a necessidade do acompanhamento de um pacote integral de reformas em outras áreas, entre elas um aumento imediato do imposto sobre o valor agregado (IVA) – imposto aplicado na União Europeia que incide sobre a despesa ou consumo e que considera o valor agregado das transações efetuadas pelo contribuinte.

A instituição prevê também que o objetivo espanhol de reduzir o déficit neste ano para 5,3% do PIB provavelmente não deve ser alcançado. “Depois do anúncio do plano de ajuda europeu, a confiança dos mercados continua frágil e as perspectivas são muito difíceis”, enfatiza o FMI.

Nesta semana, a agência de classificação de risco Moody’s reduziu a nota da dívida de longo prazo da Espanha em três níveis, para “Baa3”, pouco acima da categoria especulativa. A Moody’s, que citou as dificuldades da economia e do estado para se financiar, completou que esta nota poderá ser revisada para baixo nos próximos três meses.

as taxas de juros da dívida espanhola a dez anos alcançaram na manhã de quinta-feira seu nível mais alto desde a criação da Eurozona, para 6,967% (contra 6,721% no fechamento de quarta-feira), superando o recorde anterior da véspera e revelando que os investidores seguem muito preocupados com a situação do país, apesar do resgate do último fim de semana. Já o prêmio de risco do país atingiu nesta sexta-feira um novo patamar máximo, de 543,7 pontos básicos. A imprecisão em torno do plano de ajuda, especialmente suas condições, contribui para toda essa tensão.

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Apesar de Madri assegurar que a ajuda só diz respeito ao setor bancário, o Eurogrupo advertiu que vigiará de perto o respeito às metas quanto ao déficit e ao prosseguimento das reformas estruturais. Segundo o presidente do Banco Central Alemão, Jens Weidmann, em uma entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal espanhol El País, o resgate da Espanha deve ser acompanhado de condições amplas, considerando que Madri já não espera uma ajuda financeira sem condições.

As condições do empréstimo do Eurogrupo para recapitalizar os bancos espanhóis, que pode alcançar 100 bilhões de euros, desencadearam uma polêmica no país, onde a oposição teme novas medidas de austeridade, enquanto o governo assegura que apenas o setor financeiro será envolvido.

O FMI, no entanto, destacou o posicionamento de Madri. “É preciso felicitar o governo por garantir um apoio financeiro concreto para o setor financeiro”, afirmam as conclusões. Segundo o órgão, isso contribuirá para o processo de saneamento, reestruturação e recapitalização dos bancos. “Realizar isso plenamente e acompanhar o processo de um pacote integral de reformas em outras áreas deverá ajudar a restabelecer a confiança e colocar de novo a economia no caminho do crescimento e do emprego”, afirmou o órgão.

A Espanha tem atualmente a taxa de desemprego mais elevada dos países industrializados, com 24,44% da população ativa. Além disso, a dívida pública nacional alcançou 72,1% do PIB no fim de março, em um novo recorde histórico que a situa oito pontos e meio acima em relação a um ano atrás (63,6%), segundo números publicados nesta sexta-feira pelo Banco da Espanha. “Será fundamental a comunicação clara e coerente desse pacote”, concluiu o FMI.

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(com Agence France-Presse)

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