A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse nesta quarta-feira que nota uma “perda de confiança” na economia em nível mundial, e disse que não vê “uma melhora significativa” a curto prazo.
“O que estamos vendo neste momento é claramente um recuo de confiança, o que tem sido claramente impulsionado por uma combinação de magros dados econômicos com a reação dos investidores a esta situação”, disse Lagarde.
A diretora afirmou ainda que a zona do euro não é o único problema da economia mundial e que os Estados Unidos enfrentam dilemas importantes sobre o futuro de suas finanças.
“A Grécia nos preocupa em particular, principalmente com relação ao seu setor bancário, além de dúvidas gerais sobre a capacidade dos governos de implementar as políticas com as quais se comprometeram”, disse Lagarde.
Ao mesmo tempo, no entanto, ela disse que há razões para ter esperança”.
Ao referir-se precisamente sobre a Grécia, Lagarde disse que o organismo “nunca deixará a mesa de negociação”.
“Estamos na Grécia neste momento, somos membros da Troika (que prestou socorro econômico ao país), estamos comprometidos com este diálogo com as autoridades gregas”, enfatizou, em resposta aos rumores segundo os quais o FMI avaliava sair do grupo que compõe juntamente do Banco Central Europeu e da União Europeia.
Com relação à Espanha, Lagarde pareceu descartar a hipótese de um programa de resgate global, ao considerar que o FMI não pode “pedir muito mais” que o plano de ajuste de 65 bilhões de euros anunciado no início de julho por Madri.
Um dia antes da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), Lagarde insistiu que existem na Europa margens de manobra neste terreno.
Por outro lado, Lagarde disse que espera que as investigações em curso sobre as manipulações da taxa britânica Libor – taxa interbancária de referência para a economia mundial – estimulem os esforços por uma melhor regulação do setor financeiro.
“Mais de três anos depois dos esforços massivos para reformar a regulação financeira, esta reforma não está terminada”, disse Lagarde, concluindo que há ainda “muito por fazer”, em particular na Europa e nos Estados Unidos.
Finalmente, Lagarde disse que espera poder executar antes do final do ano uma parte da reforma do Fundo, aprovada em 2010 e que dará mais peso nas decisões do organismo aos países emergentes.