FMI melhora projeção de crescimento do Brasil para 2,3% em 2018
Novas previsões ampliam significativamente as feitas pela entidade em outubro, quando se esperava que o país crescesse 1,5%
O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou nesta terça-feira suas projeções de crescimento da economia do Brasil, que situa agora em 2,3% para 2018 e em 2,5% para 2019, perante a perspectiva de um maior impulso do consumo das famílias e mais investimentos.
As novas previsões fazem parte do relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, que a organização apresentou hoje, e melhoram significativamente as feitas pela entidade em outubro, quando se esperava que o Brasil apenas crescesse 1,5% em 2018 e 2% em 2019.
De acordo com o Fundo, a recuperação do Brasil também permitirá um crescimento da economia do conjunto dos países sul-americanos maior do que o esperado, que se prevê agora que seja de 1,7% em 2018 e de 2,5% em 2019.
Mesmo com as projeções positivas do FMI, o mercado reduziu as expectativas em relação ao desempenho da economia brasileira. O boletim Focus publicado nesta segunda-feira prevê uma expansão do produto interno bruto (PIB) de 2,76% neste ano, contra 2,80% do boletim anterior. A previsão para 2019 manteve-se em 3%.
As novas previsões do Fundo foram divulgadas depois que o governo confirmou que a economia brasileira, com um crescimento de 1% em 2017, pôs fim à profunda recessão que atingiu o país nos dois exercícios anteriores.
A maior economia da América do Sul contraiu 3,5% em 2015 e também 3,5% em 2016, com dois anos seguidos de contração pela primeira vez desde a década de 30.
De acordo com o governo brasileiro, foi a revitalização do consumo das famílias em um país com 207 milhões de habitantes que permitiu que a economia se recuperasse no ano passado.
O consumo dos brasileiros, que representa 63,4% do PIB do país e na primeira década deste século colocou o Brasil entre as seis maiores economias do mundo, cresceu 1% em 2017 após cair 3,2% em 2015 e 4,3% em 2016.
A perspectiva é que o consumo também cresça em 2018 e 2019, impulsionado pelo aumento da renda dos trabalhadores, a redução do desemprego, a forte queda da inflação, a diminuição dos juros e o aumento do crédito.
A inflação em 2017 foi de 3,4%, a menor nas duas últimas décadas, e a nova previsão do FMI é que os preços se mantenham sob controle e que cresçam 3,5% em 2018 e 4,2% em 2019.
O Fundo também prevê que a taxa de desemprego, que no ano passado foi em média 12,8%, siga caindo e que se situe em 11,6% neste ano e em 10,5% em 2019, o que, segundo o relatório, também impulsionará o consumo e o crescimento econômico.
Apesar das perspectivas positivas para os dois anos, o FMI considera que, a médio prazo, a economia brasileira está condenada a crescer a uma “moderada” média anual de 2,2%” pelo envelhecimento da população e a estagnação da produtividade”.