FMI aprova crédito de 28 bilhões de euros para a Grécia
Novo pacote havia sido antecipado pela presidente do Fundo, Christine Lagarde, na sexta-feira; 2,15 bilhões de dólares já estão disponíveis para saque
O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quinta-feira a autorização de um novo plano de assistência à Grécia para um período de quatro anos. A ajuda, aprovada depois que o país reestruturou sua dívida com credores privados, pode chegar a 28 bilhões de euros – ou cerca de 36,5 bilhões de dólares. Segundo o FMI, as autoridades gregas já podem retirar os primeiros 2,15 bilhões de dólares da nova linha de crédito.
A quantia faz parte do repasse de 130 bilhões de euros, aprovado nesta segunda-feira pelos ministros de Finanças da zona do euro para salvar o país da quebra. No dia do aval, o chefe dos ministros de Finanças da zona do euro, Jean-Claudes Juncker, disse esperar por uma contribuição do FMI ao pacote e que a proposta de 28 bilhões de euros feita por Lagarde era bem-vinda.
Apesar de haver resistência de alguns membros do Fundo à ideia de oferecer mais dinheiro ao país e à Europa, a aprovação era esperada. Além do apoio público da diretora do Fundo, o successo da reestruturação de mais de 100 bilhões de euros da dívida grega era pré-requisito para que o país obtivesse mais crédito.
O empréstimo facilitado, denominado Serviço de Financiamento Ampliado (EFF, na sigla em inglês), é utilizado para ajudar países membros que sofrem de problemas estruturais de longa duração. Nesta quarta-feira, o FMI disse que estenderia a duração máxima dos EFF de três para quatro anos.
Empréstimo anterior – Do crédito passado concedido à Grécia, 20,3 bilhões de euros dos 30 bilhões de euros foram desembolsados. O restante foi cancelado e incluído no novo programa anunciado nesta quinta. A quantia recebida por Atenas deve ser reembolsada entre 2013 e 2015.
A decisão do FMI acontece após vários meses de longas negociações que possibilitaram o plano de ajuda europeu ao país e a reestruturação da dívida em mãos privadas. A Grécia tem sido frequentemente comparada pela imprensa à Argentina, que em 2001 declarou default após receber linhas de crédito do Fundo nos anos anteriores à moratória. O FMI afirma ter aprendido as lições desse episódio e a do fracasso de seu primeiro plano de ajuda à Grécia.
Recomendações – Em fevereiro, o chefe da missão do FMI na Europa, Poul Thomsen, disse que pediria mais ações para liberalizar a economia e menos medidas para reduzir o déficit fiscal. “Sugerimos ir um pouco mais rápido em matéria de reequilíbrio orçamentário e muito mais rápido nas reformas necessárias para modernizar a economia”, disse ao jornal grego Katherimini. O setor financeiro, no entanto, permanece cético às mudanças.
A nova linha de crédito é vista como mais um sinal do FMI e da comunidade internacional de que a Europa pode fazer mais por seu sócio grego.
(com Agence France-Presse)