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Antes de reunião do G20, FMI alerta sobre impacto de guerra comercial

Diretora-geral do fundo, Christine Lagarde avalia que, no pior cenário, as atuais medidas podem causar impacto negativo de 0,5 no PIB global

Por AFP Atualizado em 22 jul 2018, 00h03 - Publicado em 21 jul 2018, 23h20

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou, neste sábado, em Buenos Aires, que o PIB global pode sofrer uma queda devido à guerra comercial em curso, antes do início de uma reunião dos ministros do G20.

“No pior cenário, as atuais medidas (comerciais) podem ter um impacto de 0,5 ponto (de queda) no PIB global” em 2020, afirmou Lagarde em uma coletiva de imprensa conjunta com o ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, cujo país exerce a presidência rotativa do grupo.

Antes do início das deliberações do G20 financeiro, que reúne ministros da Economia e Finanças e presidentes de bancos centrais, a chefe do fundo insistiu que o organismo leva em consideração para a sua avaliação as “medidas anunciadas e em processo e não especula sobre o que pode vir”.

O FMI ainda espera um crescimento sólido de 3,9% da economia mundial em 2019, mas tem alertado sobre o impacto negativo das medidas tarifárias adotadas pelos EUA e as recíprocas de China, União Europeia, Canadá e México.

Os responsáveis pela política econômica do G20, composto por países ricos e em desenvolvimento como Brasil, Argentina, México e Índia, discutem os mecanismos para enfrentar os potenciais impactos sobre a economia global das crescente tensões comerciais e reforçar a proteção do multilateralismo incorporado por uma Organização Mundial do Comércio (OMC) paralisada.

O ministro da Fazenda brasileiro, Eduardo Guardia, disse a jornalistas que o debate sobre as “ameaças no horizonte econômico” foi “recorrente”. Ele citou “a normalização da política monetária nos Estados Unidos e “as tensões comerciais” que “afetam as economias, particularmente as emergentes”.

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Na sexta-feira, o presidente Donald Trump jogou ainda mais lenha na fogueira da guerra comercial com a China sugerindo que pretende taxar todos os produtos do país. “Estou pronto para chegar a 500”, garantiu, em entrevista à CNBC, referindo-se ao total de US$ 505,5 bilhões em importações da China registrados em 2017.

Após semanas de negociações aparentemente inférteis, os Estados Unidos impuseram no início do mês tarifas de 25% sobre a importação de produtos mecânicos e tecnológicos chineses. O volume importado alcança 36 bilhões de dólares.

A medida provocou reação imediata de Pequim, que ameaçou adotou ações equivalentes. A China acusou também os Estados Unidos de iniciarem “a maior guerra comercial da história econômica”.

Além disso, na semana passada, o governo americano anunciou que está elaborando uma lista de produtos chineses, cuja importação totaliza 200 bilhões de dólares ao ano, que será alvo de novas tarifas. Com isso,  mais de 250 bilhões de dólares em produtos chineses importados estão ameaçados de sofrer novas barreiras comerciais.

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Tensão monetária e petróleo

Trump acrescentou outra questão difícil a uma agenda já sobrecarregada do G20. Se a presidência argentina do grupo pretendia abordar questões como o futuro do trabalho, o financiamento de infraestruturas ou a transparência fiscal, agora deverá abordar também a espinhosa questão das moedas e das taxas de câmbio.

“A China, a União Europeia e outros vêm manipulando suas moedas e taxas de juros”, criticou Trump no Twitter na sexta-feira, reclamando da força do dólar que está prejudicando a “vantagem competitiva” de seu país.

Trump também incluiu o Federal Reserve (o Banco Central americano) entre seus criticados, por sua política de aperto monetário que fortalece o dólar. Para conter o avanço da inflação na maior economia do mundo, o Fed elevou as taxas de juros sete vezes desde 2015 e considera pelo menos mais dois aumentos este ano.

Essa prática aumenta o custo do dinheiro e pode ter impacto no crescimento, mas, ao mesmo tempo, impede o superaquecimento da economia. Também atingem a economia de países como Argentina e Brasil a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, que causou impacto nos preços do petróleo.

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