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FMI adverte sobre ‘risco de espiral’ de instabilidade financeira mundial

A diretora do Fundo Monetário Internacional, a francesa Christine Lagarde, em visita à China, alertou para a necessidade de as economias mundiais trabalharem em conjunto

Por Da Redação
9 nov 2011, 10h33

O FMI advertiu que a China precisa mudar as diretrizes de sua política cambial

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu nesta quarta-feira em Pequim sobre o “risco de espiral de instabilidade financeira mundial” se as economias do planeta não reagirem conjuntamente à crise. Lagarde também lembrou que a China deve se dotar de uma moeda mais forte, num momento em que o enfraquecimento do yuan é alvo de fortes críticas. Muitos economistas acreditam que a divisa está na origem dos enormes excedentes comerciais acumulados por Pequim.

“Se não agirmos juntos, a economia mundial corre o risco de (entrar em) uma espiral de incerteza e de instabilidade financeira”, disse Lagarde, em alusão à crise da dívida e ao temor de que a economia mundial volte a entrar em recessão, em um discurso no início de uma visita de dois dias à China. “A economia mundial entrou em uma fase perigosa e incerta”, ressaltou a diretora-gerente do Fundo, que advertiu que a Ásia também pode ser afetada. “Estamos todos no mesmo barco e nosso destino será crescer ou cair juntos”.

Lagarde criticou a reunião de cúpula de Bruxelas de 26 e 27 de outubro, na qual os presidentes europeus decidiram o último plano de resgate da Grécia e decidiram apelar para a ajuda da China e de outros países emergentes, como o Brasil. A diretora do FMI realiza sua primeira visita à China desde que assumiu o cargo para examinar com os responsáveis chineses as consequências da crise da dívida na Europa e as condições nas quais a segunda economia mundial pode ajudar o velho continente, em particular mediante uma nova ferramenta ligada ao FMI. Depois da China, Lagarde visitará o Japão. A China é a maior tem o maior volume de reservas internacionais, com 3,2 bilhões de dólares, seguida do Japão.

Entre as reuniões de Lagarde na capital chinesa, destaca-se o encontro com o governador do banco central chinês, Zhu Xiaochuan. A diretora convocou a China a fazer mudanças em seu sistema cambial, fortemente criticado por seus principais sócios comerciais, que consideram que o yuan está desvalorizado, apesar de uma alta de 7% em relação ao dólar entre junho de 2010 e agosto de 2011. “A China precisa de uma moeda mais forte”, disse Lagarde.

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As autoridades econômicas chinesas prometem aumentar a flexibilidade do yuan, assim como as importações, para reequilibrar seus intercâmbios comerciais, mas não querem assumir riscos imediatos para os exportadores do país, que operam frequentemente com margens muito estreitas. “A China está no caminho certo para reorientar sua economia em direção à demanda interna”, disse a diretora do FMI, num momento em que as autoridades chinesas querem uma mudança de paradigma, apesar do crescimento chinês continuar muito dependente dos investimentos e das exportações, e, em menor medida, do consumo interno.

“A China é um ator chave do G20 e do FMI”, onde o país “tem um crescente papel a desempenhar e uma voz mais importante a ser ouvida”, disse Lagarde em referência à reforma das quotas e dos direitos de voto no seio da instituição que permitirão à China se tornar o terceiro país em termos de direitos de voto.

No entanto, embora tenha saudado a boa saúde econômica chinesa e seu papel de motor de outros países em desenvolvimento, a chefe do FMI considerou que a Ásia não está “imunizada” contra um “contágio” dos males que afetam outros países ocidentais. “Seja através do comércio ou do setor financeiro, que podem desempenhar um papel acelerador da crise, a Ásia deve se preparar”, advertiu Lagarde.

(com Agence France-Presse)

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