Por Silvana Rocha
São Paulo – Após mover-se discretamente entre os campos positivo e negativo na primeira parte dos negócios, o dólar no mercado doméstico firmou-se em ligeira alta à tarde, acompanhando o avanço da divisa norte-americana no exterior. A valorização aqui, porém, foi mais discreta do que lá fora, por causa do fluxo cambial favorável na sessão. Mesmo assim, o Banco Central não fez leilão no mercado hoje.
Apesar das vendas no varejo nos EUA em janeiro abaixo das expectativas, o dólar encontrou espaço para subir ante o euro e outras moedas rivais, porque a preocupação com a economia da zona do euro prevaleceu, principalmente com a situação da Grécia. Além da dificuldade do país para a reestruturação da sua dívida, o Produto Interno Bruto (PIB) grego teve contração de 7% no 4º trimestre de 2011, aprofundando a recessão que está no quinto ano.
O dólar no mercado à vista fechou cotado a R$ 1,720, com alta de 0,23% no balcão e de 0,22% na BM&F.
Os ingressos de recursos superiores às saídas permitiram a ampliação da queda da taxa do cupom cambial. O cupom curto, para março de 2012, estava em -0,51% às 15h40, ante -0,39% no encerramento ontem.
Nos EUA, as vendas do varejo em janeiro subiram 0,4% ante dezembro, abaixo da alta de 0,8% nas vendas esperada pelos especialistas. Na comparação com janeiro de 2011, as vendas avançaram 5,8%. Esses resultados dissiparam a reação positiva dos investidores aos leilões bem-sucedidos de títulos da Itália, Espanha, Bélgica e Holanda e à melhora das expectativas econômicas da Alemanha em fevereiro. Antes disso, o euro sofreu pressão de baixa, em função do rebaixamento, ontem à noite, dos ratings de seis países – Itália, Portugal, Espanha, Eslováquia, Eslovênia e Malta -, além de mudar para negativa a perspectiva da França e do Reino Unido, que agora veem suas notas AAA ameaçadas.