Fluxo cambial tem pior resultado do ano
Segundo Banco Central, saída de dólares do Brasil superou em 4,6 bilhões de dólares a entrada de divisas
Após registrar saldo negativo de 2,07 bilhões de dólares em maio, o fluxo cambial de junho voltou a ficar negativo em junho, desta vez em 4,694 bilhões de dólares, informou o Banco Central nesta quarta-feira. Esta sequência de dois meses no vermelho se dá após o volume recorde de entradas de 13,10 bilhões de dólares em abril. Em igual mês de 2014, o saldo estava no azul em 118 milhões de dólares.
A saída líquida de dólares em junho é a pior de 2015, sendo a maior desde dezembro do ano passado, quando somou 9,287 bilhões de dólares. Depois dessa data, também foram registrados fluxos negativos nos meses de fevereiro (1,14 bilhão de dólares) e maio (2,07 bilhões de dólares).
A evolução do fluxo cambial chama atenção porque o saldo segue negativo apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) continuar adotando um ciclo de alta de juros – a Selic está atualmente em 13,75% ao ano. Na teoria, isso deveria atrair investimento estrangeiro. A avaliação é que os investidores seguem avessos ao risco, sobretudo neste momento de incertezas, com a possibilidade de a Grécia sair da zona do euro.
A saída de dólares pela conta financeira foi de 7,62 bilhões de dólares em junho, resultado de ingressos no valor de 45,19 bilhões de dólares e envios no total de 52,82 bilhões de dólares. Ao longo de todo o ano passado, esse canal foi a principal porta de saída de recursos do país, somando 13,4 bilhões de dólares. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
Já no comércio exterior, o saldo ficou positivo em 2,93 bilhões de dólares no mês passado, com importações de 14,10 bilhões de dólares e exportações de 17,04 bilhões de dólares.
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(Com Estadão Conteúdo)