Por Álvaro Campos
São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch afirmou que o governo do Brasil deve atingir a meta de um superávit primário no setor público de 3,15% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, graças ao robusto crescimento das receitas e à contenção de despesas. Mas os desafios fiscais devem aumentar em 2012, em função da expansão econômica moderada e do forte aumento no salário mínimo.
“Além disso, um pacote de estímulo fiscal não pode ser descartado se a desaceleração econômica se intensificar”, diz a agência no relatório divulgado hoje, quando reiterou o rating soberano do País em BBB, com perspectiva estável.
A Fitch prevê que o déficit em conta corrente do Brasil vai continuar administrável no período analisado. Os investimentos estrangeiros diretos no País têm crescido, enquanto os voláteis fluxos de portfólio têm diminuído nos últimos meses, diz a agência. Isso melhora a composição dos fluxos para financiamento do déficit.
A agência afirma ainda que, embora as políticas econômicas tenham sido mantidas pelo governo de Dilma Rousseff, as projeções para o curto prazo para reformas estruturais significativas para impulsionar as finanças públicas e/ou melhorar o ambiente empresarial são limitadas.
“Uma melhora sustentada nos balanços fiscal e externo do Brasil, novas melhoras nas dinâmicas do crescimento econômico e a continuação da consolidação da estabilidade macroeconômica forneceriam suporte positivo para o rating”, diz a Fitch no relatório. Ainda de acordo com a agência, reformas econômicas que melhorem as projeções de investimentos do Brasil e a competitividade, além de abordar fraquezas estruturais das finanças públicas, seriam positivas para o rating do País.
Do outro lado, um aumento acentuado na dívida pública ou a cristalização de passivos inesperados do setor financeiro podem prejudicar a qualidade do crédito brasileiro, argumenta a Fitch.