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FGV: BC pode ter de subir juro com medidas de estímulo

Por Da Redação
14 dez 2011, 13h09

Por Alessandra Saraiva

Rio de Janeiro – As recentes medidas do governo de estímulo ao consumo podem levar a um “reaquecimento forçado” na economia em 2012. Isso, na prática, deve obrigar o governo a elevar novamente a taxa básica de juros (Selic) a partir do segundo semestre do ano que vem, para conter o avanço da inflação de demanda, na análise do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

Ele lembrou que o ano de 2012 já contava com perspectivas de pressões inflacionárias expressivas, como elevação do poder aquisitivo dos consumidores de baixa renda, por conta do reajuste de 14% no salário mínimo; e a inércia inflacionária de aumentos sucessivos nos preços de serviços – que, até outubro, acumulam alta em torno de 9% em 12 meses. Mas as medidas de isenção tributária para bens duráveis, como automóveis e geladeiras, aliada à continuidade de queda nos juros básicos, impulsionarão ainda mais o consumo no ano que vem.

Nesse cenário, a intenção do governo de convergência para o centro da meta inflacionária em 2012 (de 4,5%) torna-se praticamente impossível, na avaliação do especialista, que não descarta IPCA de 6% para 2012. Em 2011, o indicador, usado como referência pela União para o cálculo de meta, deve superar levemente o teto desta (6,5%), e atingir 6,53% ao ano, com alta de 0,53% em dezembro, nas estimativas de Quadros.

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O especialista levantou dúvidas em relação à probabilidade de ocorrência do cenário do Banco Central (BC) para 2012, com ajuste moderado na Selic; superávit fiscal de 3,1%; e contribuição deflacionária expressiva do ambiente externo ainda em crise. Estes fatores, em tese, deveriam conduzir a uma inflação de 4,5% em 2012 no mercado doméstico. “Neste cenário do BC, muitas hipóteses precisam se concretizar, e são hipóteses difíceis. O centro da meta não vai ser atingido em 2012. Talvez em 2013”, acrescentou.

Quadros participou hoje de seminário sobre conjuntura macroeconômica promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV). No mesmo evento, o economista André Braz defendeu menor espaço de tempo entre as divulgações da Pesquisa de Orçamento Familiares (POF), do IBGE. Este levantamento é usado para atualizar ponderações de produtos pesquisados pelo IPCA. A mais recente refere-se ao período de 2008-2009, divulgada no ano passado – mas a anterior teve como referência os anos de 2002-2003. Segundo ele, caso a atualização das ponderações já tivesse sido realizada, o IPCA em 12 meses até outubro teria subido 6,43% e não 6,97%. “Ou seja, talvez não precisássemos discutir hoje se o teto da meta seria estourado ou não em 2011”, acrescentou o economista.

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