Fed eleva juros nos Estados Unidos ao maior nível desde 2006
Banco central americano decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual
Em reunião nesta quarta-feira, 3, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual para o intervalo de 5% a 5,25% ao ano. Trata-se da 10ª reunião seguida com alta nas taxas e do maior patamar desde junho de 2006. A última vez que ficou acima deste nível foi em janeiro de 2001.
Na última decisão, em março, o Fed já havia subido os juros em 0,25 ponto percentual visando convergir a inflação à meta de 2%. No comunicado, a instituição afirmou que continuará o monitoramento das perspectivas econômicas e lembrou que a atividade apresentou uma expansão em ritmo mais modesto no primeiro trimestre. “Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação segue elevada”, pondera o comunicado.
O comunicado veio em tom duro ao ressaltar a prontidão de ajustar a política caso surjam riscos que ameacem alcance da meta, logo é possível esperar que o ciclo de altas não tenha chegado ao fim. “O Fed se vê numa situação em que há esse risco bancário, ou seja, uma menor oferta de crédito pode gerar impactos na inflação. Mas reforça que o alcance dos efeitos do aperto de crédito ainda é incerto”, afirma Leandro Petrokas, mestre em finanças e sócio da Quantzed.
Se a comunicação oficial fosse composta exclusivamente pelo texto divulgado, ficaria bem aberta a possibilidade de que um ciclo de baixa de juro poderia começar muito em breve. “Contudo como ainda há a coletiva de imprensa de Jerome Powell (presidente do Fed). Aguardemos maiores informações para sermos mais taxativos com relação a perspectiva sobre os juros”, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “Por ora seguimos avaliando que haverá uma interrupção do ciclo de alta, com a autoridade buscando em seu discurso afastar cenários com cortes precoces. Deste modo, ainda mantemos o cenário de que a Fed Funds Rate encontrará alívio apenas no último trimestre desse ano.”