Estimativa inédita do ministério aponta que a poupança da administração pública será positiva em 0,7% do PIB neste ano

O Ministério da Fazenda está ainda mais otimista com a política fiscal e reduziu a projeção da Dívida Líquida do Setor Público em 2010 de 40,7% para 39,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2011, a projeção caiu de 38,1% para 36,8% do PIB. Na nova edição do documento “Economia Brasileira em Perspectiva”, divulgada nesta terça-feira, a Fazenda estima que a dívida pública fechará 2014 em 27,8% do PIB.

O Ministério da Fazenda informa ainda que, ao contrário do que ocorreu em 2009, a economia não precisa mais de estímulos. “O resultado fiscal forte permite reduzir o déficit nominal e a dívida pública mantendo a inflação sob controle”, afirma o texto do documento. Na avaliação da Fazenda, a perspectiva positiva de crescimento e a queda significativa das taxas de juros são os principais fatores para a estabilização da relação entre a dívida pública e o PIB nos últimos anos e nos próximos.

Taxa de poupança – O ministério também divulgou uma estimativa inédita sobre a taxa de poupança do setor público em 2010. A previsão da pasta é que neste ano o indicador feche positivo em 0,7% do PIB. Em 2009, a poupança da administração pública – União, Estados e Municípios, sem considerar empresas estatais – foi negativa em 1% do PIB. Em 2008, ela foi positiva em 0,2% do PIB. “O ano de 2010 deve entrar para a história das finanças públicas como o da maior taxa de poupança do Governo Geral desde a década de 80”, diz o documento.

A estimativa da Fazenda considera o cumprimento da meta de superávit de 3,1% do PIB – alvo sem a contribuição de 0,2 ponto porcentual do PIB das estatais – e uma despesa com juros de 5,2% do PIB. Deste modo, o déficit nominal – diferença entre as despesas com juros e o superávit acumulado – seria de 2,1% do PIB.

Demanda interna – No documento, o ministério projetou ainda um crescimento de 9,1% na demanda interna da economia brasileira neste ano. A projeção anterior era de expansão de 11,9%. Por outro lado, com a perspectiva de ampliação das importações, o superávit da balança comercial brasileira deve despencar para a 9 bilhões de dólares em 2011. A projeção de saldo comercial é quase quatro vezes menor que o superávit de 40 bilhões de dólares registrado em 2007. Para 2010, a Fazenda manteve a projeção de um saldo comercial de 17 bilhões de dólares.

Apesar da desaceleração verificada nos últimos meses, o Ministério da Fazenda manteve em 45 bilhões de dólares a estimativa de entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no País em 2010. A estimava da Fazenda supera em 7 bilhões de dólares a previsão do Banco Central (BC), que projeta um fluxo de capital externo produtivo no Brasil positivo em 38 bilhões de dólares neste ano.

(com Agência Estado)