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Favelas brasileiras: 76% dos moradores têm ou querem ter um negócio

Quatro em cada dez moradores de comunidades têm negócio próprio: 'Isso mostra uma oportunidade gigantesca', disse Renato Meirelles, fundador do Data Favela

Por Da Redação 15 abr 2022, 22h44

A maior parte dos 17,1 milhões de moradores de favela no Brasil tem, tinha ou quer ter um negócio. Isso é o que apontou uma pesquisa do Data Favela que foi divulgada nesta sexta-feira, 15, na primeira edição da Expo Favela, evento de empreendedorismo que acontece até domingo em São Paulo.

A pesquisa demonstrou que 76% dos moradores de favela se enquadram nessa característica e 50% deles se consideram empreendedores. Quatro em cada dez moradores de comunidades (41%) têm um negócio próprio. “Isso mostra uma oportunidade gigantesca”, disse Renato Meirelles, fundador do Data Favela. “A favela, historicamente, foi estigmatizada pelo asfalto e pela falta de políticas públicas. Mas o que vimos é que, em vez de lamentar, os moradores das favelas estão empreendendo, estão chamando para si a responsabilidade de suas vidas”, acrescentou.

Mas ter um empreendimento não é fácil para quem vive em uma comunidade. Um problema apresentado pela pesquisa, por exemplo, é que apenas 37% dos empreendedores com negócio próprio tem CNPJ. “O Estado não está na favela. Para você conseguir um CNPJ, você tem que sair da favela. Você tem que enfrentar, por maior que tenha sido o modelo do Simples, uma série de dificuldades com documentos. Quando você abre um negócio, a primeira coisa que você encontra não é uma oportunidade de crédito. A primeira coisa que você encontra é um fiscal na sua porta”, disse Meirelles.

A principal dificuldade relatada por quem pretende abrir um negócio em uma comunidade ainda é a falta de investimento. “A pesquisa deixou claro que falta financiamento, falta grana, falta crédito. Os bancos hoje não oferecem crédito de acordo com a necessidade da favela. Também falta conhecimento de conseguir expandir o seu negócio através da tecnologia, por mais que hoje nove em cada dez moradores da favela tenham acesso à internet”, falou Meirelles.

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“Uma coisa é você querer ter o negócio, outra coisa é você ter o negócio e outra é saber gerir o seu negócio. O que achamos é que a favela precisa de uma escola de negócios”, disse Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas (Cufa), CEO da Favela Holding e idealizador da Expo Favela. “O que falta na prática é conhecimento. Minha mãe morreu sendo empreendedora sem saber que era empreendedora. Nem essa linguagem de empreendedor a gente usa na favela. A gente fala que a gente se vira, que a gente dá o nosso pulo, faz o nosso corre. Falamos por códigos. E agora a gente precisa também falar não só o favelês, mas o asfaltês: e para isso precisamos mudar essa narrativa e desenvolver novas formas de expressão para sermos reconhecidos pelo asfalto e a favela passar desse momento para um outro momento”, acrescentou.

De acordo com o pesquisador e fundador do Data Favela, as comunidades brasileiras oferecem muitas oportunidades de negócios, principalmente no setor de economia criativa. “Você tem um potencial grande na economia criativa, que são os designers, são as agências de comunicação, são os influenciadores digitais que dentro da favela começam a vender para o mundo. Você tem aquele cara que faz boné ou camiseta, que durante a pandemia começou a vender para fora da favela. Tem aquelas doceiras que se cadastraram no Ifood, e que conseguiram transformar o seu pequeno negócio, num negocio que fazia buffet para fora da favela”, citou.

Com Agência Brasil

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