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Falta de acordo agrava crise nos EUA

Por Da Redação
21 nov 2011, 22h17

Por Denise Chrispim Marin

Washington – O fracasso do Congresso dos Estados Unidos em chegar a um acordo sobre a redução de US$ 1,2 trilhão na dívida pública em dez anos provocou hoje onda negativa no mercado financeiro e bate-boca entre as forças políticas antagonistas do país. Com o colapso das negociações, haverá um corte automático de US$ 1,2 trilhão nas despesas federais de Defesa, de educação e de infraestrutura do governo a partir de 2013.

No início da noite, o presidente americano, Barack Obama, veio a público para pressionar o Congresso a retomar as negociações depois do feriado de quinta-feira, dia de Ação de Graças. Obama, entretanto, ameaçou vetar qualquer tentativa dos republicanos de alterar as áreas sujeitas aos cotes automáticos, de forma a poupar o Pentágono e atingir os programas assistenciais de saúde.

“Alguns no Congresso já estão tentando conduzir esses cortes automáticos de gastos. Minha mensagem para eles é simples: não. Eu vetarei qualquer esforço para livrar aqueles cortes automáticos domésticos e em defesa”, afirmou. “Precisamos manter a pressão para que saia um compromisso”, completou.

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Os membros do comitê bipartidário responsável por detalhar o corte de US$ 1,2 trilhão na dívida federal dos EUA anunciaram oficialmente o colapso das negociações dois dias antes do prazo final. O anúncio partiu do deputado republicano Jeb Hensarling e da senadora democrata Patty Murray. Mas o colapso das negociações já era tema de domínio público desde a manhã de hoje.

Em princípio, o fiasco desse acerto não tende a provocar danos contábeis na meta de reduzir US$ 2,2 trilhões da dívida federal americana, hoje em mais de US$ 15 trilhões. O acordo fiscal de agosto passado definiu o corte de US$ 1 trilhão nas despesas correntes, já em curso. Também previu o gatilho, para o caso de o Congresso não se acertar sobre o corte de US$ 1,2 trilhão.

A ausência de acordo disparou um sinal perturbador sobre a incapacidade de democratas e republicanos aproximarem posições em um momento crítico na economia. Com o passivo em cerca de 100% do Produto Interno Bruto (PIB), os EUA enfrentam baixo crescimento e alto desemprego. Contagiados pelo ambiente eleitoral de 2012, os partidos deram outras mostras de desacerto.

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No supercomitê, republicanos propuseram corte de US$ 776 bilhões nas despesas do governo e aumento de US$ 401 bilhões via reforma tributária, e não aumento de taxas. Os democratas rejeitaram a proposta, pois exigiam o fim antecipado dos benefícios fiscais aos contribuintes mais ricos, a ser extinto em dezembro de 2012.

Nas últimas semanas, os congressistas republicanos têm barrado as principais medidas do plano de estímulo da Casa Branca, cujo custo fiscal seria de US$ 447 bilhões.

Segundo Thomas Mann, analista sênior do Brookings Institution, o presidente Barack Obama tem pouca margem para decidir por decreto. “Mas, como (o ex-presidente Bill) Clinton o aconselhou, Obama deve fazer tudo o que puder.”

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Antes do anúncio oficial, a Casa Branca e os líderes republicanos se digladiavam pela imprensa. Em comunicado, o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, culpou Obama e os democratas pela falta de acordo. Em especial, por terem “insistido no aumento dramático de impostos para os americanos criadores de empregos” e adicionado à discussão o pacote de estímulo. “Em vez de apontar o dedo e culpar os outros, o Congresso deve agir e completar sua responsabilidade”, rebate o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

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