Por Olívia Bulla
São Paulo – Um pouco mais de volatilidade. O pregão de hoje da Bovespa deve seguir essa premissa à risca, diante de uma agenda econômica vigorosa nos Estados Unidos, que já traz uma rodada mista de indicadores nesta manhã. Além disso, o sentimento de esperança envolve os mercados internacionais mais uma vez, embora novamente sustentado em uma base frágil, em que discursos (e não ações) pavimentam os negócios. Às 9h44, o Ibovespa futuro caía 0,78%, aos 50,5 mil pontos, depois de oscilar entre os 50.420 pontos (-0,93%), na mínima, e os 51.060 pontos (+0,33%), na máxima. Às 11h24, O Ibovespa caia 0,32%.
Os mercados financeiros amanheceram mais otimistas com as expectativas de ajuda coordenada para blindar os bancos europeus, abrindo espaço para a caça por pechinchas, principalmente no setor financeiro. “Porém, muito ainda tem de ser absorvido e detalhado sobre esse plano”, ressalta o analista da Um Investimentos Eduardo Oliveira, em relatório. “Portanto, nada está resolvido e a crise está longe de acabar.” De concreto, por enquanto, a única novidade vinda da Europa é o rebaixamento do rating da Itália, em três níveis, pela Moody’s.
Mas águas um pouco mais calmas em tempos de tormentas são sempre bem-vindas. Os índices acionários europeus e norte-americanos parecem ter criado um escudo para se proteger de novas quedas e exibem ganhos nesta manhã. No horário acima, a Bolsa de Frankfurt subia 3,39%, enquanto Paris avançava 3,02%. Em Wall Street, o futuro do S&P 500 tinha alta de 0,40%.
Dos Estados Unidos, já foi anunciada a criação de vagas de emprego no setor privado norte-americano em setembro bem acima do esperado. Segundo a pesquisa ADP/MA, foram abertos 91 mil postos de trabalho no país no mês passado, melhor que a previsão de +75 mil. Na contramão, a pesquisa Challenger, Gray & Christmas apontou a demissão de 115.730 vagas nas grandes empresas em setembro, representando um avanço de 126% ante agosto e no maior salto desde abril de 2009. Segundo o levantamento, o corte de empregos foi dominado pelas áreas financeira e militar.
Ainda por lá, às 11 horas, sai o índice ISM do setor de serviços (gerentes de compras) no mês passado e a previsão é de queda para 52,8, de 53,3 em agosto. Às 11h30, é a vez do relatório oficial sobre estoques norte-americanos de petróleo bruto e derivados.
Já a Bovespa insiste em não se influenciar desse sentimento mais positivo, sensível, agora, aos primeiros movimentos dos investidores às vésperas dos vencimentos de opções sobre índice futuro, no dia 13, e sobre ações, no dia 17.
Especialistas lembram que não é de hoje que a Bolsa vem se mostrando ressentida, punida mais severamente pela aversão ao risco dos últimos tempos. E, depois de perder a região dos 52 mil pontos, o Ibovespa encontra-se agora ancorado em uma zona de indefinição. Para analistas gráficos, o índice à vista não deve ter forças para ir muito além dos 51 mil pontos, ao mesmo tempo que a ameaça aquém dos 49 mil pontos ainda se faz presente.