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‘Excesso’ de bens atrasa apuração de fortuna do fundador da Amil

A fortuna do empresário, que faleceu em fevereiro, aos 73 anos, pode variar de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões

Por Da redação
Atualizado em 1 Maio 2017, 11h17 - Publicado em 1 Maio 2017, 11h14

O levantamento preciso do patrimônio amealhado pelo empresário Edson de Godoy Bueno nos últimos anos deverá atrasar as tomadas de decisões estratégicas dos negócios da família, segundo duas fontes informaram ao jornal O Estado de S.Paulo. “Ele tinha tanta coisa que há uma dificuldade para determinar o que existe para ser partilhado. Há propriedades que não estão registradas ou que são desconhecidas por terceiros”, disse uma das pessoas a par do assunto.

A fortuna do empresário, que faleceu em fevereiro, aos 73 anos, pode variar de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões. No inventário, que corre em segredo de Justiça, segundo apurou o jornal, constam seus dois filhos – Camila e Pedro -, a viúva Solange Medina e também a ex-mulher Dulce Pugliese. “Solange deverá ficar com alguns imóveis. Os filhos são herdeiros naturais, e Dulce ficará também com parte de alguns negócios”, explicou uma pessoa a par do assunto.

Histórico – Com trajetória de sucesso, o fundador da Amil passou a figurar na lista de bilionários brasileiros da revista Forbes a partir de outubro de 2012, quando vendeu 90% da companhia de plano de saúde para o grupo americano United Health, por R$ 10 bilhões.

Bueno e sua ex-mulher, Dulce Pugliese, que o ajudou a fundar o negócio, ficaram como acionistas minoritários. Pelo acordo fechado à época, a fatia de 10% na mão dos dois poderia ser negociada com a gigante a partir de outubro deste ano.

Dulce também está na lista da Forbes, como a 20.ª mulher mais rica do Brasil, com fortuna de R$ 2,65 bilhões. Ela é considerada a “grande mentora” do empresário e os dois mantiveram boa relação de negócios mesmo depois do fim do casamento.

Depois da venda da Amil, Bueno permaneceu como presidente do grupo, mas paralelamente passou a investir em outros negócios no setor de saúde, em sociedade com Dulce. Comprou o controle do laboratório de diagnósticos Dasa e criou o grupo Ímpar, com oito hospitais – incluindo o Nove de Julho, em São Paulo, avaliado em aproximadamente R$ 1 bilhão.

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Bueno deixou o comando da United Health no país em dezembro de 2016. Foi substituído por Claudio Lottenberg, ex-presidente do hospital Albert Einstein, mas continuou a fazer parte do conselho do grupo.

A estratégia de Bueno nos últimos meses era investir em melhorias em sua rede de hospitais, com a intenção de vendê-la. “A United Health tem o direito de preferência de compra desses ativos, mas outros grupos, como a Rede D’Or, também demonstraram interesse”, disse uma fonte de mercado.

A decisão de vender os hospitais tem o apoio de Pedro Bueno, filho mais novo do empresário. No entanto, a ex-esposa Dulce seria contra essa decisão. Segundo fontes, esse é um ponto de conflito entre Pedro e a madrasta na discussão do inventário de Bueno.

A última palavra, porém, deve ser de Dulce. Segundo fontes, isso ocorrerá porque, na composição das ações, ela já possui metade do negócio, independentemente da partilha dos bens. “Ele já larga com 50% do negócio. A filha dela, Camila, tem outros 25%”, disse uma pessoa a par do assunto. Pedro, fruto de um outro relacionamento de Bueno, tem o restante.

Ao Estado, uma fonte da United Health afirmou que não há discussões em curso sobre a compra dos hospitais dos Bueno. A fonte não quis dizer se as negociações já estavam em curso antes da morte do empresário. Procurada, a Rede D’Or negou ter interesse nos ativos.

À frente do laboratório Dasa, Pedro Bueno também se reporta à madrasta, que é do conselho de administração. “Edson passou o bastão do Dasa para Pedro. Ele via no filho um grande talento como gestor. Mas Dulce sempre foi o esteio de Edson para os negócios”, afirmou uma fonte.

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Procurado pelo Estado em janeiro, após o anúncio da compra do laboratório SalomãoZoppi pelo Dasa, Bueno disse que seu filho Pedro Bueno era quem mandava na rede de laboratórios e era o porta-voz da companhia. “Eu agora sou o pai do Pedro. Quem fala sobre esse negócio é meu filho”, afirmou.

Origens – De origem humilde, o empresário chegou a ser engraxate na infância em sua cidade natal, Guarantã, no interior de São Paulo. Mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No início dos anos 1970, enquanto estudava medicina, tornou-se sócio da Casa de Saúde São José, em Duque de Caxias. Em 1976, criou a Esho (Empresa de Serviços Hospitalares). Dois anos depois, fundou a Amil, em sociedade com outros médicos.

Com bom trânsito em Brasília, chegou a fazer parte do “conselhão” do governo petista. No ano passado, a Amil teve seu nome envolvido na Operação Lava Jato em uma delação do advogado Flávio Calazans. A Amil e a assessoria de Bueno negaram, à época, qualquer irregularidade por parte da companhia.

(Com Estadão Conteúdo)

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