O excedente comercial da China, que tem sido objeto de atrito com seus sócios econômicos, recuou em 2011 para cerca de 160 bilhões de dólares, disse nesta quinta-feira o ministro de Comércio, Chen Deming, citado pela agência Xinhua.
Em 2010, o excedente comercial da segunda economia mundial, muito dependente de suas exportações para sustentar o crescimento, foi elevado a 183,100 bilhões de dólares.
O volume do comércio exterior chinês cresceu mais de 20% no ano passado, para 3,6 trilhões de dólares, afirmou o ministro, conforme divulgado pela agência.
As estatísticas mensais de comércio exterior da China são publicadas geralmente no dia 10 de cada mês.
O Ministério do Comércio disse nesta quarta-feira que o comércio exterior chinês crescerá em torno de 10% ao ano para chegar aos 4,8 trilhões de dólares em 2015.
A declaração de Chen antecede a visita que realizará na próxima terça-feira a Pequim o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, que prevê reunir-se com o primeiro-ministro Wen Jiabao e o vice-presidente Xi Jinping, provável futuro número um do regime.
O excedente comercial da China tem sido objeto de atrito com os sócios econômicos, em particular com os Estados Unidos, que possui um déficit abismal com o gigante asiático em suas trocas comerciais.
De acordo com Washington, este desequilíbrio é em parte consequência da subvalorização do yuan, a moeda chinesa, o que oferece uma vantagem competitiva aos produtos chineses no mercado americano.
Contudo, em seu último relatório semestral, o Tesouro americano não chegou a afirmar que a China manipula sua moeda, o que abriria sanções comerciais contra Pequim.
O governo chinês se comprometeu novamente na semana passada a flexibilizar o yuan, que na quarta-feira ficou cotado a 6,2946 unidades por dólar, o nível mais alto desde 1993, segundo o Jornal do Povo.
Pelo 12º plano quinquenal, que vai de 2011 a 2015, a China busca potencializar a demanda interna para reduzir a dependência da economia com relação às exportações.
Estas têm sido afetadas pelas dificuldades do mundo desenvolvido e pela crise da dívida na Europa, principal mercado dos produtos chineses.