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Eurozona tem reunião crucial em Bruxelas com foco em Itália e Grécia

Por Por Ana Fernández e María Lorente
23 out 2011, 11h56

Os dirigentes europeus pressionam a Itália neste domingo para que o país equilibre suas contas e ao mesmo tempo lapidam as medidas de preparo do sistema financeiro para um eventual default da Grécia, durante uma reunião crucial para buscar soluções para a crise da dívida.

A reunião, que se iniciou às 06H20 GMT (04H20 de Brasília) no Conselho Europeu, antecede uma nova e definitiva reunião, que acontece na quarta-feira, cujos resultados serão apresentados aos países emergentes e industrializados do G20 em Cannes (sul da França) nos dias 3 e 4 de novembro.

A Europa enfrenta, no plano econômico, “desafios muito graves”, declarou na abertura da reunião o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy.

Segundo Van Rompuy, as decisões que a Europa deve adotar para fazer frente à crise da dívida são umas das mais importantes de sua história.

“Agradeço sua coragem política, muitas vezes subestimada. Contudo, ainda temos muito trabalho pela frente. Então, comecemos”, disse o presidente da União Europeia ao iniciar a reunião de dirigentes dos 27 países da União Europeia (UE) que acontece neste domingo com uma reunião dos 17 membros da Eurozona.

O foco está agora na Itália, terceira maior economia europeia. Os dirigentes europeus aumentaram a pressão ao chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, para que este ponha a economia de seu país em ordem e cumpra com suas promessas de equilibrar o orçamento.

O líder italiano reuniu-se na manhã deste domingo com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, antes do início da reunião de dirigentes europeus, num momento em que Roma está sob pressão crescente de seus sócios para reduzir seu déficit.

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“Nunca perdi uma desafio em minha vida”, exasperou Berlusconi à saída da reunião.

Especialistas, no entanto, dizem que Berlusconi está perdendo credibilidade entre seus sócios europeus, que lhe sugerem que siga o exemplo da Espanha, que tem tomado drásticas medidas de austeridade para paliar o déficit de suas contas.

Nos últimos dias tem crescido o temor de que a Itália seja a próxima vítima a ser arrastada pela crise, que já golpeou Grécia, Irlanda e Portugal. “A ideia é pressionar Berlusconi”, disse um diplomata.

O descontentamento aumenta no momento em que a Eurozona busca proteger a Itália e a Espanha do contágio da crise da dívida, reforçando a capacidade de intervenção do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, o FEEF. De olho nos mercados, Itália adotou em julho e em setembro medidas de austeridade que deveriam permitir ao país alcançar o equilíbrio orçamentário para 2013 e reduzir sua colossal dívida de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB).

Diante da ameaça de que a crise da dívida arraste grandes economias, como Itália e Espanha, terceira e quarta maiores economias europeias, Alemanha e França aceleraram suas discussões sobre a melhor maneira de otimizar o FEEF.

Antes disso, no entanto, os europeus devem estabilizar a economia da Grécia, asfixiada por uma dívida de 350 bilhões de euros (162% de seu PIB). O

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plano é aumentar de forma “substancial” a participação dos bancos, principais credores da dívida grega, para que estes aceitem o perdão de ao menos 50% da dívida do país, contra os 21% decididos em julho.

Em troca, os dirigentes europeus realizaram na acordo de princípio para recapitalizar os bancos europeus, com uma injeção de 108 bilhões de euros. O montante deverá ajudar também na elevação de 5 para 9% do capital básico de qualidade que passará a ser exigido dos mesmos.

O plano, no entanto, ainda terá que ser negociado com os bancos para que seja determinado se sua participação no setor privado será voluntária ou não.

A Alemanha defende ainda que o FEEF, dotado atualmente de 440 bilhões de euros, dê garantias aos tomadores de dívida, que se responsabilizariam por 20 a 30% das perdas no caso de algum país entrar em default, o que impulsionará os investidores a comprar bônus de países em dificuldades.

Desta forma, o FEEF, atuando como uma companhia de seguros, multiplicaria sua capacidade, sem pedir mais garantias aos Estados europeus. A França, no entanto, é contra a esta alternativa porque ela pode vir a comprometer sua nota máxima de crédito, ‘AAA’.

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