O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, pediu nesta sexta-feira para que a zona do euro amplie o fundo de resgate europeu, informou à imprensa a ministra austríaca de Finanças, Maria Fekter, após os debates dos ministros europeus de Finanças em Breslávia, Polônia.
“Teremos de fato que disponibilizar mais dinheiro para estabilizar os setores financeiro e bancário e ao mesmo tempo aumentar a adoção do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF)”, disse Fekter.
Ao mesmo tempo, Geithner recusou veementemente a ideia de impor um imposto sobre as transações financeiras, como foi proposto pelo ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble.
A ideia do imposto seria taxar os fluxos de capital para dissuadir especuladores e gerar mais receitas públicas. O ministro alemão tentou convencer Geithner, mas sem sucesso, contou Fekter à imprensa.
Geithner já havia afirmado anteriormente estar inquieto pelo “conflito entre os governos e o Banco Central Europeu (BCE)” diante da crise da dívida e advertiu contra uma ameaça de defaults “em cascata” de países da Eurozona.
“É uma pena constatar (…) o conflito entre os governos e o Banco Central Europeu. Todos devem trabalhar de forma conjunta (…) com o objetivo de evitar riscos catastróficos para os mercados financeiros”, declarou à margem de uma reunião informal de ministros da Economia da União Europeia, realizada em Breslávia, na Polônia.
Geithner prometeu a ajuda dos Estados Unidos à Europa para sair da crise da dívida. “É preciso evitar a ameaça de defaults em cascata dos países da Eurozona”.
Em nota divulgada após as declarações, o Departamento do Tesouro americano assegurou que seu titular, Timothy Geithner, não pressionou seus colegas europeus por políticas específicas para enfrentar a crise da dívida na União Europeia durante uma reunião nesta sexta-feira na Polônia.
“O secretário Geithner pediu a seus colegas europeus para que atuem de forma decisiva e com uma só voz. Não defendeu nem se opôs a nenhuma política específica”, disse o Tesouro em uma breve declaração.
Apesar da melhora no humor de mercado, o clima continua sendo de cautela. A agência classificadora de risco, Moody’s, disse nesta sexta-feira que continua avaliando a possibilidade de rebaixar a nota da dívida soberana da Itália, atualmente em “Aa2”, e prevê o anúncio da decisão para o mês que vem.
“A Moody’s tentará concluir a revisão durante o próximo mês”, disse a empresa em comunicado, três meses depois de anunciar o início da revisão da nota italiana para um possível rebaixamento.