A Câmara dos Representantes votou nesta quarta-feira a favor de um corte geral de impostos, contrário à posição do presidente americano, Barack Obama, e que mostra a divisão profunda envolvendo um assunto que não será resolvido antes das eleições presidenciais.
Desta forma, os deputados rechaçaram o plano alternativo proposto pelos democratas par aumentar os impostos para quem ganha mais, e votaram por 256 a 171 para estender os cortes de impostos vigentes desde o governo Bush.
A iniciativa vai de encontro à lei aprovada recentemente pelo Senado para estender os cortes fiscais para as famílias que ganham menos de 250 mil dólares por ano, ou 98% dos americanos. Obama ameaçou vetar uma lei que inclua cortes de impostos para milionários, se a mesma for aprovada.
Os republicanos da Câmara dos Representantes alegam que aumentar as taxas para pequenos empreendedores, que geram emprego em uma economia americana enfraquecida, provocaria um grande estrago.
“Os Estados Unidos estão em uma encruzilhada e a questão é qual caminho nosso país tomará”, comentou o republicano Dave Camp, presidente do Comitê de Meios da Câmara, após apresentar os resultados da votação.
Um relatório corporativo citado pelos opositores republicanos afirma que a estratégia fiscal defendida pelos democratas provocaria a perda de 700 mil postos de trabalho.
Para Camp, a proposta dos republicanos simplificará a norma e a tornará mais justa, o que levaria à criação de até 1 milhão de postos de trabalho em apenas um ano.
Os democratas não têm a mesma visão. A líder da minoria do partido, Nancy Pelosi, advertiu que a legislação republicana aumentará o déficit e subirá os impostos para 25 milhões de americanos da classe média em mil dólares, em média.
Segundo a deputada, o plano democrata orientado a cortar as isenções de impostos aos mais ricos geraria 1 trilhão de dólares, aproximando-se do 1,2 trilhão necessário para evitar o corte automático do gasto, que afetaria o orçamento.