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Estratégia da Infraero não baixa preços em aeroportos

Como alternativa para quem quer pagar menos, a Infraero determinou que sejam licitadas áreas para lanchonetes populares e vending machines nos aeroportos

Por Da Redação
23 abr 2013, 10h08

A estratégia da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para renovar os espaços comerciais dos aeroportos beneficia o consumidor, que tem acesso a um número maior de produtos de mais qualidade, mas não contribui para a queda dos preços praticados nos terminais, que já é elevado. Como alternativa para quem quer pagar menos, a Infraero determinou que sejam licitadas áreas para lanchonetes populares e vending machines nos aeroportos brasileiros. Nas cidades que receberão jogos da Copa do Mundo, todos os terminais controlados pela estatal terão essas estruturas até 2014.

O diretor comercial da Infraero, Geraldo Moreira Neves, reconhece que os preços cobrados nos aeroportos são elevados. “Quando lançamos as licitações das lanchonetes populares, estabelecemos preços para 15 produtos para ver se, ao menos nesses itens, as concorrentes baixariam os valores. Mas não baixaram”, admite. “Realmente os preços são mais caros. Agora, pelo menos, vai existir opção”, completou, atribuindo parte dos valores mais altos dos produtos ao fato de que muitos dos aeroportos funcionam 24 horas por dia, tendo custos elevados, a exemplo do pagamento de adicional noturno aos funcionários.

Vale ressaltar, contudo, que a mudança na forma como a Infraero vendeu os espaços comerciais dos aeroportos que administra também interfere no preço. A companhia promoveu também um forte ajuste na política de preços nas licitações de espaços comerciais, publicitários, restaurantes, hangares, e estacionamentos para completar a receita perdida com os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, concedidos à iniciativa privada.

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Desde 2010 o pregão de licitação era de forma presencial: as empresas interessadas faziam a proposta em envelope, a partir do preço inicial, e vencia quem apresentasse a maior oferta. Agora, depois da mudança, as três companhias que oferecem o maior valor entram numa disputa presencial. “A licitação por pregão foi um ‘achado’ porque antes a concorrência era apenas pelo envelope e os valores não se afastavam muito do preço inicial”, afirmou o diretor comercial da Infraero, Geraldo Moreira Neves.

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Ao licitar as áreas após o vencimento de contratos antigos, a estatal conseguiu um aumento médio de 80% no valor pago pelas empresas para explorar estes pontos comerciais. Em alguns casos, as companhias que já ocupavam os espaços se dispuseram a pagar mais do que o triplo do contrato anterior. Custo maior com aluguel do espaço também implica diretamente na elevação dos preços dos produtos vendidos.

No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o Citibank aceitou pagar 390 mil de reais por mês para utilizar um espaço publicitário, 127% a mais do que o preço inicial, de 171,8 mil reais. A Cacau Show fez uma oferta de 60,3 mil reais, o dobro do valor mínimo proposto.

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Também houve ajustes na definição do preço mínimo desse espaços. Para defini-lo, a Infraero tem feito pesquisas sobre os valores pagos em outros terminais do mesmo porte, na área próxima do aeroporto e, principalmente, em shoppings da região. Os prazos de exploração das áreas também foram padronizados e ficaram menores. Para publicidade, por exemplo, eles variam de 12 a 24 meses. Para restaurantes, lanchonetes, e estacionamentos, até 84 meses.

Segundo Neves, alguns contratos tinham prazos muito longos e eram antigos, o que permitia uma defasagem nos preços. “Esse aumento médio de 80% não deve assustar porque os valores pagos anteriormente estavam muito defasados”, disse. As novas licitações têm permitido que a Infraero consiga manter o ritmo de crescimento das receitas dos últimos três anos, de cerca de 20%, mesmo sem contar com o dinheiro que vinha de Guarulhos, Campinas e Brasília, que desde dezembro de 2012 não fazem mais parte dessa conta. A privatização desses aeroportos causou uma perda de receita para a Infraero da ordem de 30% na área comercial e de 60% em cargas. Com a concessão de Confins e Galeão, as receitas da estatal em 2014 devem cair ainda mais – 50% na área comercial e 80% em cargas. “Será um desafio estrondoso. Temos que tirar o máximo com o mínimo.”

(com Estadão Conteúdo)

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