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Esquema de compra de MPs pode ter abastecido cofres do PT

Após a deflagração da terceira fase da Operação Zelotes, investigadores avaliam a possibilidade de suposto esquema ter favorecido partidos políticos, como na Lava Jato

Por Da Redação
30 out 2015, 16h38

Após a deflagração da terceira fase da Operação Zelotes, na última segunda-feira, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal (PF) começaram a investigar a possibilidade de o suposto esquema de compra de Medidas Provisórias favoráveis ao setor automotivo ter abastecido partidos políticos, incluindo o PT. Segundo investigadores, o pagamento de propina pode ter sido feito por meio de doações eleitorais, em um modus operandi parecido com o revelado pela Operação Lava Jato.

Essa linha de investigação começou após a apreensão de comunicações por e-mail de um lobista ligado ao partido, Halysson Carvalho Silva. Em mensagens interceptadas, ele cita a cobrança de 1,5 milhão de dólares feita a representantes do setor automobilístico em nome do PT. A hipótese dos policiais é que parte do dinheiro sujo foi pago por meio de doações eleitorais ao partido.

No dia 18 de agosto de 2010, em negociação de fornecimento de combustível mediada por Silva entre a empresa árabe Wapco e a Petrobras, o lobista cita o pagamento de propina a título de “doação de campanha” para a concretização do negócio. Ainda que não esteja diretamente ligada à Operação Zelotes, a comunicação revela, segundo interpretação dos investigadores, o modus operandi do lobista – que pode ter sido replicado no processo de compra de MPs.

“Para liberar a compra da gasolina na Petrobras, é preciso um sinal de 1,5 milhão de dólares, depositado como doação em uma conta poupança no Banco do Brasil. Só informo os dados bancários após confirmação da doação e terá que ser feita a transferência em 24 horas, vale lembrar que estamos em ano eleitoral no Brasil”, escreveu Halysson aos representantes da Wapco, segundo e-mail interceptado pela PF.

“Algumas mensagens eletrônicas que merecem destaque. A primeira delas é uma do dia 18/08/2010 onde se observa o modus operandi, erros de português e a utilização do verbo ‘há’ como se fosse a interjeição ‘ah’, utilizados pelo Halysson, que nos fez lembrar os fatos apurados na Operação Lava Jato”, diz a PF.

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A PF suspeita que havia um acordo entre ele, os sócios do escritório da consultoria SGR e o lobista Alexandre Paes dos Santos, o “APS”, para que fosse efetuava uma cobrança contra a Caoa Veículos – importadora da Hyundai no Brasil – e o escritório Marcondes & Mautoni, por meio de um dos sócios, o empresário Mauro Marcondes, em nome do PT.

A cobrança foi feita após a ameaça de divulgação à imprensa de um dossiê detalhando bastidores sobre a compra da MP 471/09. Para a PF, com o dossiê, Halysson, em parceira com Alexandre Paes dos Santos, “passaram a chantagear a MMC e Marcondes & Mautoni para que o Mauro Marcondes repassasse os valores devidos do acordo fechado com o PT para a edição da MP 471/2009 e ainda extorquir US$ 1,5 milhões de dólares”. A PF não detalha como foi esse acordo com o PT para a edição da MP 471, nem quais teriam sido os beneficiados.

Na segunda-feira, a Justiça decretou prisão preventida contra Halysson. Na justificativa, a PF lembra que ele “já tem antecedentes crimianis sendo condenado pela Justiça Federal por furto qualificado contra os Correios e mesmo assim teria nomeado como Diretor Administrativo e Financeiro da Fundac – Fundação Cultural do Estado do Piauí.”

Leia mais:

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(Da redação)

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