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Espanha ficará sob supervisão da “troika”

Por Da Redação
11 jun 2012, 11h55

Por Sonya Dowsett e Gareth Jones

MADRI/BERLIM, 11 Jun (Reuters) – A Espanha enfrentará a supervisão dos credores internacionais depois do resgate estabelecido no final de semana para os bancos do país, afirmaram nesta segunda-feira autoridades da União Europeia (UE) e da Alemanha, contradizendo o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, que insistiu que o dinheiro veio sem tais amarras.

Os mercados financeiros responderam com alívio ao acordo feito no sábado de a zona do euro emprestar a Madri 100 bilhões de euros para recapitalizar os bancos espanhóis.

As ações europeias subiam, com a bolsa de valores de Madri avançando 5,3 por cento na abertura e o índice bancário da zona do euro STOXX ganhando 4,5 por cento no início do pregão desta segunda-feira.

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Os rendimentos dos títulos espanhóis e italianos caíram depois que o acordo diminuiu os temores de retiradas dos bancos espanhóis. Mas “recuperações diante de resgates” anteriores nos mercados financeiros foram de curta duração, muitas vezes acabando dentro de um dia ou dois, com investidores esperando o próximo sinal de crise da dívida da zona do euro.

A eleição geral da Grécia no próximo domingo pode mudar rapidamente o sentimento do mercado, se os esquerdistas radicais hostis aos termos de austeridade do resgate da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) vencerem os principais partidos conservadores e de centro-esquerda que assinaram o acordo, ou se a votação terminar com um outro impasse.

Rajoy disse no domingo que Madri havia tido uma vitória ao assegurar a ajuda dos parceiros da zona do euro sem ter que se submeter a um programa estatal completo de emergência, dizendo que o resgate à Espanha não tinha “nada a ver” com os procedimentos impostos a Grécia, Irlanda e Portugal.

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Mas o Comissário de Concorrência da UE, Joaquin Almunia, e o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disseram que, assim como nos outros resgates, a “troika” (grupo formado por FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) deverá supervisionar a assistência financeira.

“Claro que haverá condições”, disse Almunia à rádio Cadena Ser da Espanha. “Quem dá dinheiro nunca o dá de graça.”

O FMI ficará plenamente envolvido no acompanhamento do programa da Espanha, apesar de não estar contribuindo com fundos, e os bancos que receberem ajuda devem apresentar um plano de reestruturação, disse ele.

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Schaeuble disse à rádio Deutschlandfunk: “O Estado espanhol está tomando os empréstimos, a Espanha será responsável por eles … Haverá também uma troika. É claro que haverá supervisão para garantir que o programa seja cumprido, mas isso refere-se apenas à reestruturação dos bancos.”

SOB VIGILÂNCIA

As finanças públicas espanholas já estão sob a vigilância da Comissão Europeia de acordo com o procedimento de déficit excessivo da UE.

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O ministro das Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, disse em carta enviada ao Parlamento que os empréstimos somariam-se à dívida pública da Espanha, e ele insistiu em pleno envolvimento do FMI.

“Foi essencial para a Holanda que o FMI esteja envolvido em todo o processo: revisar o pedido de apoio formal, determinando as condições, e monitorando o progresso”, escreveu ele.

O governo espanhol disse que manterá o programa de empréstimos deste ano nos mercados financeiros. A Espanha ainda precisa refinanciar 82,5 bilhões de euros de dívida com vencimento até o final do ano, com uma grande quantidade no final de outubro, e as regiões autônomas têm de mais 15,7 bilhões de euros de dívida com vencimento no segundo semestre de 2012. O governo central e as regiões também precisam financiar um déficit de aproximadamente 52 bilhões de euros este ano.

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O pacote de resgate bancário irá aumentar em até 10 pontos percentuais o nível de dívida/PIB da Espanha, levando-o para perto de 90 por cento, enquanto o país enfrenta uma recessão, com cerca de um trabalhador em cada quatro desempregado.

Alguns economistas acreditam que a Espanha acabará precisando de resgate nacional completo, e que a Itália pode ser a próxima por causa da combinação semelhante de alto endividamento e falta de crescimento econômico, apesar das reformas iniciadas pelo primeiro-ministro Mario Monti.

(Reportagem adicional de Lucy Hornby em Pequim, Fiona Ortiz em Madri e Blaise Robinson em Paris)

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