Erros e atrasos marcam pesquisas do IBGE e do Ipea
Dois Institutos de grande importância do país - o Ipea e o IBGE - cometeram erros graves em pesquisas divulgadas este ano

O erro divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente aos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), não é o primeiro cometido pelo Instituto este ano. Em coletiva de imprensa convocada de última hora, o IBGE revelou que a Pnad de 2013, divulgada na véspera, foi publicada com erro grave. Segundo o órgão, um erro no cálculo do peso de algumas regiões na amostragem resultou em indicadores incorretos. O índice de Gini, que mede a desigualdade, mudou.
Em abril, a Pnad Contínua, também divulgada pelo instituto e criada para substituir a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), foi suspensa por ter revelado uma taxa de desemprego superior à que era mostrada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Mais precisa, a Pnad coleta dados em mais de mil municípios. Já a PME avalia apenas seis regiões metropolitanas. À época, a suspensão da pesquisa criou uma crise institucional no Instituto, que culminou na ameaça de debandada de seus técnicos, que acusavam o governo de ingerência. À crise se seguiu a uma greve terminada apenas em agosto. Com isso, desde o mês de abril o país não conhece sua taxa de desemprego.
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Histórico – Além do IBGE, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também cometeu deslizes este ano. Em abril, o Ipea reconheceu um erro em levantamento divulgado em março deste ano, que mostrava que 65% dos brasileiros concordariam total ou parcialmente com a ideia de que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. O dado correto, divulgado posteriormente, era de 26%. Como justificativa, o instituto disse que o erro foi provocado por uma “troca de gráficos”. Após o erro, o diretor de Estudos e Políticas Sociais, Rafael Guerreiro Osorio, a pedir exoneração do cargo.
Não fossem só os erros, o país viu este ano pelo menos dois episódios de atrasos em pesquisas responsáveis por divulgar dados importantes. Um deles, revelado pelo site de VEJA esta semana, é um estudo inédito que está engavetado no Ipea. O documento, ao qual o site de VEJA teve acesso, mostra que a concentração de renda aumentou no Brasil entre 2006 e 2012. Dados do Imposto de Renda dos brasileiros coletados por pesquisadores do Instituto mostram que os 5% mais ricos do país detinham, em 2012, 44% da renda. Em 2006, esse porcentual era de 40%. O estudo está pronto desde agosto, mas não se sabe se será divulgado. Outro caso recente se refere ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Ministério da Educação havia concluído o levantamento do Ideb no início de setembro, e só o divulgou depois que o jornal O Globo questionou a demora. O Ideb mostrou que, nos resultados gerais, o Brasil não havia atingido suas metas de avanço na Educação Fundamental.
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