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Erradicar pobreza no Brasil exigiria mais R$ 25 bi por ano, diz OIT

Entre países emergentes, país é o sexto que mais teria de gastar; de acordo com a organização; valor é o equivalente a uma Copa do Mundo por ano

Por Da Redação
19 Maio 2016, 11h46

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que o Brasil precisa de 7,2 bilhões de dólares, (aproximadamente 25 bilhões de reais) extras por ano para acabar com a pobreza no país até 2030, o ano estabelecido pela ONU para que os governos atinjam a meta. O valor é o equivalente a uma Copa do Mundo por ano e os dados fazem parte de um levantamento inédito.

Em 15 anos, o mundo precisaria de 10 trilhões de dólares para erradicar a miséria, cerca de 600 bilhões de dólares por ano. De forma global, os valores representam apenas 0,8% do planeta. Mas a OIT estima que esse dinheiro não tem como ser levantado e que a única forma de garantir o combate à pobreza é a geração de empregos e a preservação dos direitos sociais.

Em termos absolutos, o Brasil é o sexto que mais teria de gastar entre os países emergentes. A Índia precisaria de aportes extras de 61 bilhões de dólares; a China, 37 bilhões de dólares; Nigéria, 36 bilhões de dólares; Etiópia, 10,7 bilhões de dólares; e Indonésia, 10,2 bilhões de dólares.

Num informe publicado ontem, a OIT alerta para o fato de que os avanços sociais obtidos nos últimos anos foram desfeitos ou anulados em diversos países do mundo. “A pobreza relativa nos países em desenvolvimento está aumentando”, declarou a entidade.

“Em 1990, 47% da população mundial vivia com menos de 1,90 dólar por dia. Em 2012, essa taxa caiu para 15%”, disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT. “Mas o progresso é frágil e se os avanços foram reais na China e na América Latina, ainda temos 40% dos africanos em situação de pobreza. E, nos países ricos, a pobreza também aumentou”, disse. “Hoje, o desemprego aumenta e a pobreza tende a se perpetuar. No planeta, 30% da população é responsável por apenas 2% da renda”, alertou.

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Copa – No caso do Brasil, o país tiraria todos da pobreza com mais 0,3% do PIB por ano em gastos sociais. Isso garantiria que todos no país teriam uma renda acima de 3,1 dólares por dia, o nível que estabelece a fronteira da pobreza, segundo os organismos internacionais. O valor total seria o equivalente ao que o Tribunal de Contas da União estimou ter sido gasto no Mundial de 2014, de 25 bilhões de reais.

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Para a OIT, o combate à pobreza promete ser um dos principais desafios nos próximos anos no Brasil, com uma recessão profunda. A entidade acredita que a taxa de desemprego, de cerca de 11%, deve aumentar ainda mais até o final do ano antes de começar a regredir.

Diante dos números e da situação do país, a OIT pediu que a nova equipe econômica de Michel Temer não “desmantele” os programas sociais criados no Brasil nos últimos 20 anos. Para Ryder, instrumentos como o Bolsa Família e outros mecanismos que garantem “dinheiro no bolso dos mais pobres é a melhor forma de tirar a economia do buraco que se encontra hoje”.

(Com Estadão Conteúdo)

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