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ENTREVISTA-Raízen prevê maior produção de etanol em 2012/13

Por Da Redação
13 jun 2012, 15h13

Por Fabíola Gomes

SÃO PAULO, 13 Jun (Reuters) – Um clima chuvoso em áreas produtoras do centro-sul levará a Raízen a aumentar a fatia do etanol no mix de produção, comprometendo a possibilidade de uma oferta maior de açúcar nesta temporada, disse o vice-presidente da companhia.

“Dependendo da quantidade de chuva que acontecer, pode ter uma maior produção de álcool, principalmente este ano está muito difícil de produzir açúcar de qualidade”, disse Pedro Mizutani, vice-presidente da Raízen em entrevista à Reuters.

Ele acrescentou que a Raízen, maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, já vem operando desta forma, uma vez que as chuvas interrompem a colheita e a produção e quando as usinas retomam a operação privilegiam o combustível.

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Em sua primeira estimativa, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) apontou uma para 2012/13 uma moagem de 509 milhões de toneladas.

Apesar da estimativa de produzir entre 1,85 bilhão e 2,05 bilhões de litros de etanol na atual temporada, contra 1,9 bilhão de litros do ciclo anterior, Mizutani reafirmou que a produção do combustível “está muito mais para ser um pouco maior que no ano passado”.

Depois da seca entre fevereiro e março, ele observa que o setor agora está preocupado com a possível ocorrência do El Niño, fenômeno climático que afeta o regime de chuvas, aumentando as precipitações, em regiões tropicais.

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“Quando começou a safra, a gente esperava que o El Niño viesse com maior intensidade só em outubro, mas a gente vê agora, com estas chuvas de maio, que a probabilidade de acontecer antes e com intensidade maior é grande”, disse.

Se a expectativa inicial era de que a quantidade maior de cana compensaria a perda de ATR (teor de açúcar contido na cana), um El Niño com intensidade muito forte pode levar a maior perda de produtividade, consequentemente, afetando a produção de açúcar.

Mizutani avalia que é possível superar o volume previsto pela Unica, por causa das chuvas que ocorreram entre abril e o começo de junho, e prevê uma moagem em torno de 520 milhões de toneladas. Em compensação, ele estima um ATR (teor de açúcar contido na cana) menor na atual temporada.

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No centro-sul do Brasil, o mix de produção foi de 52,5 por cento para álcool e 47,5 por cento para açúcar no último ciclo. Já a Raízen, por conta da característica de suas usinas, produziu mais açúcar (55 por cento) do que o combustível, com flexibilidade de mudar este mix em até 10 por cento.

PREÇOS

A queda dos preços do açúcar, segundo o executivo, tem impacto maior no começo ou no final da safra, períodos em que não se utilizam a plena capacidade das usinas, sendo possível direcionar o caldo (proveniente da moagem da cana) para produzir mais açúcar ou etanol.

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Os preços futuros do açúcar estão em baixa em Nova York e chegaram a operar abaixo de 20 centavos por libra-peso na semana passada.

O executivo observa que o cenário agora é baixista, porque existe a expectativa de que haverá reposição dos estoques globais em meio ao grande excedente de oferta, mas pondera que qualquer problema climático em grandes produtores pode mudar esta trajetória.

Apesar do recuo nos preços internacionais do açúcar, Mizutani observa que a recente desvalorização cambial favorece as exportações do Brasil, uma vez que o país volta a ter mais competitividade frente a outros produtores.

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Ele explica que o preço de 19-20 centavos de dólar por libra-peso não estimula o incremento da produção em outros produtores, como a Índia, Rússia, Austrália, mas o Brasil passa a ser mais competitivo, em dólar, frente a esses países.

A Raízen exporta cerca de 70 por cento de sua produção de açúcar, cujas vendas são estimadas entre 3,9 milhões e 4,2 milhões de toneladas para o atual ciclo, versus 3,9 milhões de toneladas da última temporada.

EXPANSÃO

A Raízen tem atualmente capacidade para processar 65 milhões de toneladas de cana, mas neste ano prevê moer entre 52 a 55 milhões de toneladas.

O plano inicial da companhia, formada em meados do ano passado a partir da joint venture entre a Cosan e a Shell, previa a expansão da capacidade de moagem para até 100 milhões de toneladas em cinco anos, com greenfields (novos projetos), aquisições e investimentos em unidades próprias.

Mas esta meta foi rebaixada para 80 milhões de toneladas, marca que deve ser atingida em 2016/17. Mizutani afirma que o corte ocorreu porque os preços do açúcar não estão remuneradores para crescer em greenfields e que agora o foco da companhia está na expansão de suas próprias usinas ou eventuais oportunidades de aquisições.

“A prioridade agora é encher a capacidade das usinas. Paralelamente, dá para fazer uma expansão ou outra, mas em ritmo menos acelerado”, disse. Segundo ele, os investimentos nas próprias unidades podem ocorrer em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, na região de Araçatuba, que são lugares onde há disponibilidade de terra.

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