Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Entenda o que é o sistema Swift, que pode isolar a Rússia do mundo

Líderes do G7 anunciaram banimento de "certos bancos russos" do sistema; plataforma permite troca de informações financeiras entre bancos e empresas

Por Larissa Quintino Atualizado em 28 fev 2022, 12h12 - Publicado em 28 fev 2022, 09h13

As sanções do ocidente a economia russa tem aumentado conforme o conflito militar na Ucrânia avança e parece não ter uma solução. Uma das mais importantes é o bloqueio do sistema Swift. Esse sistema, até então pouco conhecido, é fundamental para o comércio internacional dos países e um banimento aos russos pode isolar o país. No domingo,  líderes dos G7, grupo das sete maiores economias do mundo, disseram que aliados ocidentais decidiram cortar “certos bancos russos” do Swift. Porém, não informou quais.

 Swift é uma sigla para  Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais. Ao contrário do que se possa imaginar, o Swift não é um sistema de pagamentos, mas sim uma plataforma que padroniza informações financeiras. Sediada e gerida na Bélgica, a Swift foi criada por países europeus e os Estados Unidos em 1973 e reúne hoje 11 mil instituições financeiras conectadas em mais de 200 países.

Na prática, o Swift funciona como uma plataforma de mensagens em tempo real, permitindo que bancos e empresas informem uns aos outros os pagamentos que serão realizados e já foram recebidos. Durante o ano de 2021, houve mais de 42 milhões de trocas por dia. Não há troca de recursos em si no sistema, mas sim a confirmação das transações e padronização das informações financeiras, aumentando a segurança do comércio internacional.

Caso banidas, as instituições russas podem tentar confirmar as informações por e-mail, telefone ou até mesmo um sistema próprio, mas diminui a confiabilidade do sistema global. Há cerca de 300 empresas russas no Swift, perdendo em número apenas para os Estados Unidos.

Caso a remoção da Rússia ao sistema seja concretizada, haverá um bloqueio para que os bancos russos viabilizem pagamentos em suas transações comerciais. A maior implicação é que as empresas de outros países também ficam impedidas de fazer negócios, ou seja, há efeitos colaterais para as economias e o sistema financeiro global.

Continua após a publicidade

Preocupações

Alguns países relutaram em cortar o acesso da Rússia à rede de transferência interbancária devido a preocupações sobre como os pagamentos das importações de energia russa seriam feitos e se os credores da UE seriam pagos.

Apesar de a exclusão do SWIFT trazer impactos significativos, existem alternativas para países que não levantaram barreiras diretas à Rússia enviarem e receberem remessas internacionais, como é o caso do Brasil. Renata Amaral, consultora em comércio internacional e professora da American University, explica que existem alternativas para se esquivar da Swift. “Por exemplo, pagar a empresa com quem está se negociando em uma conta sua em Genebra. Depois, os caminhos pelos quais o valor chega à Rússia não são das vias mais transparentes, como paraísos fiscais. Esse processo não é necessariamente mais caro, mas mais trabalhoso”, diz Amaral.

Quando o Irã foi excluído do SWIFT devido aos avanços em seu programa nuclear, por exemplo, instituições de comércio exterior brasileiras conseguiram seguir com os negócios com o país passando por países terceiros. Hoje há, ainda, a possibilidade de realizar pagamentos via criptomoedas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.