RIO DE JANEIRO, 12 Abr (Reuters) – No curto prazo não será possível incluir a energia solar na matriz por meio de leilões, segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho.
Ele vê inviabilidade política para inserir a fonte, inclusive com a possibilidade de contestação pelo Ministério Público, diante do alto preço da energia solar atualmente e do balanço energético.
O preço da geração solar no dia de hoje situa-se entre 300 e 400 reais o megawatt-hora (MWh), enquanto que a fonte eólica, por exemplo, chegou a vender energia nos últimos leilões a preços próximos de 100 reais por MWh.
Além disso, o país tem um cenário de menor demanda com sobrecontratação de distribuidoras e muita oferta de energia com várias usinas cadastradas na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para disputar leilões.
“Hoje seria necessário avaliar como inserir a energia solar nesse contexto”, disse Ventura aos jornalistas após participação em evento.
Segundo ele, em até cinco anos essa energia pode se tornar competitiva, já que investidores estrangeiros têm calculado uma queda nos custos da energia de 15 a 20 por cento ao ano, nos últimos anos.
No momento em que a energia solar for inserida, seria por meio de um leilão específico mas com um preço-teto mais baixo que o preço atual, segundo Ventura Filho.
Ele considera que em um leilão convencional, com participação de outras fontes, seria difícil para a energia solar ser competitiva.
(Por Fábio Couto)