Endividamento da Petrobras é crítico e dispara alerta sob classificação de risco
Na semana passada a agência Moody�'s já colocara a empresa sob perspectiva de possível rebaixamento da nota da dívida - primeiro sinal negativo vindo do mercado
A luz amarela sobre o endividamento da Petrobras foi acesa dentro da empresa, jogando mais pressão por um aumento de combustíveis antes da divulgação dos resultados do quarto trimestre. Segundo fontes da companhia ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a estatal ultrapassou a barreira que é usada como referência por agências de classificação de risco – nível de alavancagem de 2,5 vezes a relação entre dívida líquida sobre a geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização).
A partir do patamar de 2,5 vezes, a petroleira passa a conviver com o risco de ter sua nota rebaixada pelas agências internacionais, o que deixaria empréstimos mais caros, forçaria a venda de ações e limitaria a capacidade de investimento, com reflexos negativos para toda a cadeia de fornecedores.
Projeções internas dão conta de que, em parte do quarto trimestre, o limite teria ultrapassado a relação de 2,6 vezes. A luz vermelha acende ao redor de 3 vezes. No mês passado, a agência Moody�’s colocou a Petrobras sob perspectiva de possível rebaixamento da nota da dívida, o primeiro sinal negativo vindo do mercado.
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A projeção interna acima de 2,6 vezes era parcial, pois o resultado do quarto trimestre não estava fechado – a apresentação dos resultados ocorrerá no dia 4 de fevereiro. Espera-se que o reajuste do diesel e da gasolina saia até esta data. Desta forma, a empresa divulgaria ao mercado a má notícia (o rompimento do nível de 2,5 vezes) já com um alívio (o aumento) para o caixa.
A Petrobras ganhou em 2007 grau de investimento, classificação que lhe permite melhores condições para se financiar no mercado internacional. Em 2009, mudou o patamar da dívida, com alta de US$ 25 bilhões, e desde então há piora.
(com Estadão Conteúdo)