Empresas pedem compromisso de candidatos com inclusão LGBT no trabalho
Pesquisas mostram que companhias mais diversificadas e inclusivas têm maiores taxas de retenção de funcionários talentosos

Mais de 30 empresas e organizações não governamentais, que juntas empregam cerca de 100 mil pessoas no Brasil, assinam uma carta na qual pedem que os candidatos à Presidência do Brasil reconheçam a importância da diversidade e da inclusão do público LGBT no local de trabalho. A carta foi divulgada hoje pelas organizações não governamentais Grupo Dignidade e Aliança Nacional LGBTI em conjunto com a organização Out & Equal Workplace Advocates.
Entre as empresas que assinam o documento estão os CEOs da Accenture, Braskem, Citi, Dow, GE, GOL, Google, IBM, J.P. Morgan, Kimberly-Clark, LinkedIn, Microsoft, Nike, Oracle, Uber, entre outras.
José Berenguer, CEO do banco J.P. Morgan no Brasil, disse que o documento é um alerta sobre a importância de se criar um ambiente mais diverso e inclusivo. “A diversidade é um tema muito importante e faz parte da cultura dessas empresas que assinaram o manifesto”, disse.
Segundo ele, o JP Morgan mantém há cinco anos um grupo de acolhimento, o Pride. “Também temos discussões sobre como incluir a diversidade no ambiente de trabalho, seja ela de qualquer esfera. E esse debate também é levado para fora do banco. Tentamos mostrar para outras empresas do mercado financeiro como é importante discutir o tema com os funcionários”, ressaltou o executivo.
Steve Roth, diretor da Out & Equal Workplace Advocates, afirma que o manisfesto visa mostrar as iniciativas que essas empresas têm para inclusão e retenção desses profissionais no ambiente de trabalho. “Como em outros países, as companhias no Brasil estão começando a expressar publicamente as questões que são consistentes com seus valores. As organizações que assinaram a declaração acreditam que os valores que defendem podem estar em jogo nas próximas eleições. Assim, essas empresas acreditam que é importante que os candidatos à presidência considerem a importância dos valores de diversidade, respeito e inclusão para suas empresas, seus funcionários e o país como um todo”, disse.
Roth acrescentou que o porcentual de retenção de talentos em um ambiente mais inclusivo é enorme. Pesquisa do Credit Suisse mostrou que 73% dos profissionais LGBT têm mais chances de sair do emprego dentro de um ano quando a empresa não tem políticas inclusivas.
O representante da ONG disse que a organização Open for Business, que é referenciada no manifesto, compilou pesquisas indicando que empresas mais diversificadas e inclusivas têm maiores taxas de retenção de funcionários talentosos. “Escolhemos organizar essa iniciativa porque acreditamos firmemente que todas as pessoas merecem ser tratadas com igualdade, inclusão e respeito no local de trabalho. Sabemos que muitas corporações no Brasil compartilham esses valores e queríamos dar a elas uma plataforma para que suas vozes fossem ouvidas”, afirmou.
O escritório Mattos Filho é uma das empresas signatárias ao manifesto. José Eduardo Carneiro Queiroz, sócio-diretor do escritório, disse que assinar esse documento é uma forma de mostrar a outras empresas as iniciativas que já fazem parte da cultura organizacional dessas companhias. “Sinaliza para o ambiente externo os benefícios de ser uma empresa socialmente inclusiva. A carta é focada na retenção de talentos”, disse Queiroz.
Segundo ele, o Mattos Filho tem há dois anos um grupo de acolhimento, o #mfriendly, em que se discute como melhorar a inclusão das minorias no ambiente de trabalho. “Temos 1.200 funcionários e mais de 200 fazem parte desse grupo. Há uma troca de informações importante dentro do escritório. A criação do #mfriendly demonstra a importância do tema para nosso escritório”, afirmou o executivo.
Queiroz acrescentou que a iniciativa visa também inspirar a rede de relacionamento do escritório e para isso há sempre um ciclo de palestras mensais para discutir a diversidade nas empresas. “Acreditamos que podemos contribuir com o debate sobre o assunto além dos limites do Mattos Filho. Por essa razão, buscamos integrar fóruns empresariais LGBTs para influenciar as lógicas institucionais, além de apoiar iniciativas que promovem os direitos humanos, como o movimento Livres & Iguais da ONU”, acrescentou.
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo da VEJA! Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Edições da Veja liberadas no App de maneira imediata.