Empresas de tabaco atacam fabricantes de cigarros eletrônicos, diz NYT
Proprietárias do Malboro e do Camel, por exemplo, passaram a veicular alertas incisivos sobre danos dos cigarros eletrônicos à saúde
As grandes indústrias do tabaco lançaram de mão de uma inesperada estratégia para preservar sua fatia e se consolidar no mercado de cigarros eletrônicos. As grandes empresas decidiram veicular alertas mais contundentes sobre os danos dos cigarros eletrônicos à saúde, enquanto empresas menores de cigarros eletrônicos mantêm alertas mais moderados ou até alertas sobre os benefícios dos cigarros eletrônicos à saúde. As informações são do jornal americano The New York Times.
Um aviso da fabricante do Malboro, Altria, diz que “a nicotina vicia e pode causar dependência, sendo extremamente tóxica quando inalada, em contato com a pele ou engolida”. Já um aviso da fabricante do Camel, Reynolds American, diz que o cigarro eletrônico não é recomendado para pessoas “com instabilidade cardíaca, pressão alta ou diabetes; nem pessoas que tomam medicamento para pressão ou asma”.
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O porta-voz da Altria, William Phelps, informou que os avisos do cigarro eletrônico MarkTen refletem “a meta de manter uma comunicação aberta e sincera em relação ais feitos para a saúde” e que têm como base “pesquisas científicas” e “alertas desenvolvidos anteriormente” para produtos contendo nicotina. Mas especialistas sobre o comportamento das empresas do tabaco acreditam que os alertas são uma estratégia de baixo custo para prevenir processos judiciais e passar a impressão de que as grandes empresas são mais responsáveis que as menores empresas de cigarros eletrônicos.
“Trata-se em parte de um esforço nobre para a melhoria da saúde pública, ou uma cínica estratégia de negócios? Suspeito que seja o segundo caso”, afirma o professor da faculdade de medicina de Stanford, Robert K. Jackler. Jackler comanda pesquisas envolvendo publicidade de cigarros convencionais e eletrônicos. A diretora executiva da Smoke-Free Alternatives Trade Association, associação que apoia as indústrias de cigarro eletrônico, Cynthia Cabrera, também considera os alertas “desonestos”. Segundo ela, as grandes empresas de tabaco talvez queiram parecer mais confiáveis que as fabricantes menores de cigarro eletrônico.