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Empresas alvos da Lava Jato e Zelotes equivalem a 14% do PIB brasileiro

Trinta e duas companhias investigadas nas duas maiores operações da PF em curso têm uma receita combinada de cerca de 760 bilhões de reais

Por Da Redação
18 jun 2016, 17h49

As empresas “oficialmente” envolvidas nas operações Lava Jato e Zelotes equivalem a cerca de 14% do PIB brasileiro, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de Paulo. As 32 companhias que são processadas na Justiça Federal ou investigadas em inquéritos públicos nas duas operações da Polícia Federal têm uma receita combinada de aproximadamente 760 bilhões de reais. Segundo analistas, o valor dá uma ideia dos efeitos que as investigações sobre corrupção têm na economia brasileira, que já atravessa uma das piores crises da sua história.

“Não é um número desprezível. Se considerado o impacto indireto sobre a cadeia do petróleo e construção pesada do país, o estrago é chocante, de proporções incomensuráveis”, diz o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados. “A questão que fica é: quais serão os impactos para o país, olhando daqui pra frente?”

Os efeitos da Lava Jato sobre as empresas foram devastadores. Muitas companhias, sobretudo fornecedoras da Petrobras, quebraram e outras entraram em recuperação judicial. Grandes grupos estão vendendo ativos e com dificuldade de refinanciar suas dívidas. Cerca de 1 milhão de trabalhadores foram demitidos ao longo dos últimos meses, de acordo com estimativa da Força Sindical. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) calcula cerca de 140.000 cortes somente na área da construção. Fontes do setor de óleo e gás dizem que a Petrobras eliminou mais de 170 mil vagas. A Odebrecht cortou cerca de 50.000 pessoas desde 2014.

Para Mendonça de Barros, o resultado disso tudo deve ser uma mudança na forma de se fazer negócios no Brasil, já que a corrupção reduz a eficiência produtiva. “O inverso pode ocorrer agora. O governo terá de rever as concessões e as relações com o setor privado”.

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Para Sérgio Lazzarini, do Insper, as empresas vão ter de se reinventar. “A Lava Jato cumpre o papel de escancarar um modelo vigente há séculos no país: o capitalismo de laços, em que o sucesso dos grupos econômicos está ligado ao Estado”. Rodrigo Zeidan, da Fundação Dom Cabral, diz que as investigações ajudam a ampliar o ciclo econômico negativo vivido pelo país.

A reportagem procurou as 32 empresas citadas nas investigações. Bradesco, Camargo Corrêa, Engevix, Odebrecht, Petrobrás, Serveng e UTC não comentaram. A Gerdau, citada na Zelotes, informou que “nem o grupo nem seus executivos prometeram (…) ou deram vantagem indevida a funcionários públicos”. A JS Administração de Recursos SA, empresa do Grupo Safra, esclarece que “as suspeitas levantadas pelo Ministério Público são infundadas. Nenhum representante da JS Administração de Recursos SA ofereceu vantagem para qualquer funcionário público. A JS não recebeu qualquer tipo de benefício no Carf. Portanto, não há justa causa para o processo”. O Santander diz que não é parte investigada. Corretora Tov, MPE, Fidens, Qualy, Laser Jet e Brasil Trade não foram encontradas pela reportagem. As outras companhias citadas não retornaram os pedidos de entrevista.

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