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Embraer: Sindicato deflagra greve e empresa nega paralisação

Companhia diz que 80% dos empregados estão trabalhando na planta de São José dos Campos; sindicato quer aumento acima da inflação

Por André Romani e Machado da Costa
Atualizado em 24 set 2019, 14h00 - Publicado em 24 set 2019, 13h43

Os trabalhadores da fábrica matriz da Embraer em São José dos Campos (SP) aprovaram greve imediata na manhã desta terça-feira, 24, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. De acordo com a entidade, a área produtiva da planta, onde trabalham 6.000 pessoas, está interrompida. A categoria pede um aumento real de salário (acima da inflação). A Embraer, entretanto, nega a paralisação da produção e afirma que as áreas produtivas e administrativas da empresa estão com 80% dos funcionários trabalhando. Fontes da empresa afirmam que o sindicato nem chegou a votar a proposta.

Na quarta-feira passada, os trabalhadores haviam aprovado estado de greve. Um aviso sobre o movimento grevista foi protocolado na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de são Paulo), federação representa o setor aeronáutico nas negociações com o sindicato, dois dias depois. De acordo com o sindicato, essa seria a primeira paralisação em cinco anos. A categoria afirma que os salários dos trabalhadores da Embraer estão há quatro anos sem aumento real, ou seja, apenas ajustados pela inflação.

Neste ano, a oferta da companhia é de aumento de 3,28%, o que representa o reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses, até setembro deste ano. Esta parte, inclusive, já foi creditada na folha salarial. Os trabalhadores, no entanto, querem reposição acima disso, chegando a 6,37%.

Ao todo, segundo o sindicato, 11.000 pessoas trabalham na fábrica, mas a adesão se concentra principalmente na parte produtiva, área com 6.000 trabalhadores onde são fabricados aviões comerciais (como o ERJ 170 e ERJ 195).

Em posicionamento oficial, a Embraer comunica que a maior parte dos funcionários não aderiu à paralisação imposta pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. Ainda segundo a empresa, pela manhã, foi necessário acionar a Polícia Militar para que ônibus fretados que traziam os trabalhadores da empresa entrassem na fábrica, pois havia bloqueios na entrada feitos por representantes do sindicato. “Todas as áreas produtivas e administrativas da unidade estão operando com cerca de 80% de suas equipes”. Já segundo André Gonçalves, diretor do sindicato, todos os trabalhadores da área produtiva deixaram a fábrica na manhã desta terça.

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Segundo fontes, a operação na fábrica parou totalmente apenas para a assembleia, mas o sindicato não chegou a votar a proposta da Fiesp. Oficialmente, a Embraer diz apenas que “o sindicato informou ainda que não levaria as propostas para votação pelos empregados”. As afirmações são rechaçadas pelo vice-presidente do sindicato, Renato Almeida. Segundo ele, quatro propostas de acordo foram rejeitadas pela categoria.

A movimentação ocorre apenas na matriz da Embraer em São José dos Campos. Outras plantas da empresa não aderiram, porque não têm a mesma central sindical. Além do reajuste de salário, os trabalhadores também pedem a manutenção na íntegra do acordo coletivo, vigente desde a década de 1970 e que teria de ser renovado até 1° de setembro. Segundo o sindicato, a Embraer propôs alterações nas regras, como acabar com a estabilidade para lesionados e liberar a terceirização de atividades fim na fábrica, aspectos que o acordo vedava.

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