Em visita ao Brasil, Timothy Geithner reforçará consenso sobre o yuan

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, tentará reforçar as relações cada vez mais firmes entre Washington e Brasília, buscando encontrar o consenso sobre questões polêmicas, como o câmbio chinês. Após os atritos dos últimos anos, referentes, especialmente, às disputas comerciais entre ambas as nações e das relações do Brasil com o Irã, a presidente Dilma Rousseff busca, abertamente, desenvolver laços mais fortes com os EUA.
Às vésperas da reunião do G20 na França, em 18 e 19 de fevereiro, os dois países tentam encontrar maneiras de cooperar para convencer a China a permitir que o yuan se valorize mais rápido. O yuan subvalorizado – parte do que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou de “guerra cambial” global – provocou um problema para a economia brasileira ao desgastar a balança comercial nacional e forçar a transferência de empregos para o exterior.
A visita de Geithner também deve abrir caminho para uma viagem ao Brasil do presidente americano, Barack Obama, em março. Autoridades de ambos os países dizem que visita sinalizará uma nova era de cooperação entre as duas maiores economias do ocidente. “A relação do Brasil com Washington será conduzida por um viés menos ideológico do que nos últimos anos”, disse um assessor de Dilma à Reuters.
Dilma acredita que aproximar-se de Washington é uma das maneiras de convencer a China a corrigir desequilíbrios comerciais, disseram assessores. “Os Estados Unidos estão impressionados com a retórica que o governo brasileiro tem usado em relação a questões econômicas globais, em particular, em relação à China”, disse Mauricio Cardenas, diretor do programa de estudos da América Latina da Brookings Institution, centro de pesquisa em Washington.
Lael Brainard, subsecretária para assuntos internacionais do Tesouro americano que acompanha Geithner na viagem, disse à Reuters que o yuan e as políticas cambiais da China estarão entre os muitos interesses econômicos comuns a Brasil e EUA. “Eu acho que nós iremos nos concentrar em interesses mútuos – nos quais vemos os rumos da agenda do G20, o rebalanceamento mais amplo da economia global e as questões cambiais”, disse ela.
(com agência Reuters)