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Em plena colheita de cana, Brasil importa etanol dos EUA

Usinas estão preferindo produzir mais açúcar - que está com preços atrativos - e menos combustível, o que tem deixado o Nordeste com estoques apertados

Por Da redação
4 ago 2016, 16h21

Usinas e comerciantes de etanol dos Estados Unidos estão correndo para aproveitar uma janela oportunidade rara: exportar para o Brasil. A oferta apertada de cana e dificuldades de logística no mercado brasileiro criaram essa brecha para os americanos.

Usinas de etanol dos EUA estão, no momento, produzindo um recorde de 1 milhão de barris por dia. Elas tentam aproveitar a oferta abundante e barata de milho, base para a produção de etanol no mercado americano.

Os americanos estão atendendo uma inesperada demanda do Brasil, onde a produção está ficando abaixo das expectativas. Com a alta do preço do açúcar, as usinas brasileiras têm destinado uma fatia maior de cana para sua produção, em detrimento do etanol.

Isso abriu uma janela de arbitragem em um período incomum do ano, explicitando as diferenças entre as condições de mercado nas duas maiores nações produtoras de etanol.

“Os preços do milho dos EUA estão baixos e o dólar mais fraco, criando uma janela de oportunidade para carregamentos de etanol para o Nordeste do Brasil”, afirma o especialista Tarcilo Rodrigues, da corretora e consultoria Bioagência.

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Rodrigues disse que usinas do centro-sul do Brasil, onde a colheita de cana está no pico, tipicamente embarcam etanol para o Nordeste, que não consegue produzir o suficiente para atender toda sua demanda.

No entanto, a capacidade de tanques nos principiais portos das regiões Sul e Sudeste está atualmente ocupada por importações de diesel da Petrobras, atrapalhando os deslocamentos de etanol pela costa brasileira. A moagem de cana no Nordeste ainda está a algumas semanas de começar, o que deixa o mercado daquela região apertado no fim da entressafra.

Raízen faz encomenda

A Raízen, maior produtora global de açúcar e etanol de cana, comprou 55 milhões de litros de etanol dos EUA para o Brasil com embarques previstos para ocorrer entre o fim de julho e o início de agosto, de acordo com três operadores americanos. Sozinho, esse volume sozinho já é mais do que o registrado entre julho e agosto desde 2012, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

Especialistas disseram que importação de etanol para o centro-sul do Brasil é improvável, já que a demanda local é atendida pelas usinas da região. Contudo, o Norte e o Nordeste do Brasil, com uma demanda anual de 3 bilhões de litros, produzem apenas 1 bilhão de litros.

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A Bioagência prevê que a importação dos EUA atenda 500 milhões de litros do consumo do Norte/Nordeste. O restante viria do centro-sul. A Raízen recusou-se a comentar.

Os navios Furuholmen e Ardmore Chinook já estão no porto de Itaqui, no Maranhão, para descarregar etanol para a Raízen, segundo dados da administração portuária e agentes marítimos. Analistas esperam que carregamentos regulares de etanol proveniente de portos do Golfo do México nos EUA para o Nordeste do Brasil continuem até o início de 2017.

(Com Reuters)

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