Em ata do Copom, BC sinaliza: juros seguirão em alta
Diante dos riscos de alta dos preços, autoridade monetária insiste que deve se manter vigilante
Na ata de sua última reunião, divulgada nesta quinta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinaliza que os juros continuarão a subir no país ante os riscos de alta dos preços neste e no próximo ano. O documento indica que a autoridade monetária elevou sua expectativa de inflação para 2014 – e o índice deve, portanto, ficar ainda mais longe da meta de 4,5% estabelecida pelo governo. Já a queda do real ante o dólar é caracterizada como pressão inflacionária a curto prazo. Logo, o BC repete na ata que sua política deve permanecer “especialmente vigilante” e que é “apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso”. Na última reunião, o Copom decidiu elevar a Selic, a taxa básica de juros, de 8% para 8,5%. O mercado financeiro, segundo o Boletim Focus, projeta Selic em 9,25% para o final do ano.
De acordo com o BC, o atual ciclo de aperto monetário, contudo, fará os preços entrarem em trajetória de declínio. “O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos 12 meses persistam no horizonte relevante para a política monetária”, indica a ata.
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Em junho, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estourou novamente o teto da meta (6,5%), ao acumular alta 6,70% em 12 meses, maior alta desde outubro de 2011. Mas a variação mensal – de 0,26% – veio bem abaixo das expectativas, reforçando as apostas de que o BC não precisaria acelerar o passo e elevar ainda mais a Selic.
A perspectiva é de que a inflação continue perdendo força, mas o mercado ainda aposta que o IPCA fechará este ano a 5,8%, praticamente em linha com o ano passado (5,84%) e acima do valor central da meta do governo, de 4,5%.
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Segundo a ata, o BC elevou sua projeção para a inflação em 2014 no cenário de referência, mantendo-a acima do centro da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA. Para 2013, ainda no cenário de referência, a projeção da inflação não mudou, também permanecendo acima da meta.
(com agência Reuters)