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Em anúncio impresso, Facebook acusa Apple de acabar com internet gratuita

Empresa de Mark Zuckerberg diz que a Apple está usando a desculpa de proteger privacidade para lucrar mais com fim do anúncio direcionado

Por Josette Goulart Atualizado em 18 dez 2020, 02h26 - Publicado em 17 dez 2020, 15h12

Quem diria que uma briga de gigantes de tecnologia, em pleno momento de aceleração do mundo digital, seria feita pelos jornais impressos e não pelas redes sociais? Pois o Facebook escolheu fazer anúncios de páginas inteiras em jornais impressos americanos como The New York Times, The Washington Post e The Wall Street Journal para acusar a Apple de estar acabando com a internet gratuita. No momento em que a pandemia acelerou o mundo digital em cerca de cinco anos, a empresa acusa a Apple de tomar medidas que acabariam com pequenos negócios que hoje dão lucro graças à publicidade direcionada. O vilão da história, segundo o Facebook, é a nova regra de transparência do iOS 14, o sistema operacional usado no iPhone.

Sob o pretexto de prezar pela privacidade, a Apple lançou uma nova política com o iOS 14 pela qual as pessoas precisam autorizar qualquer aplicativo a usar seus dados. Só que o Facebook entende que no longo prazo isso fará com que os consumidores não permitam o uso de dados e isso impactará diretamente a forma como as empresas fazem anúncios. Mas por que afinal o Facebook usou o jornal impresso? Porque os reguladores americanos ainda leem jornal impresso.

O Facebook diz que isso será especialmente prejudicial às pequenas empresas que hoje com poucos dólares conseguem chegar ao cliente certo, realizar vendas, com base nos dados que os usuários deixam no Facebook. Sem isso, o mundo voltaria para a publicidade como na TV, onde só as grandes empresas têm capital para operar. Sem atingir diretamente os clientes certos, os blogs ou os sites que tenham receita com anúncios teriam de começar a cobrar pelos serviços. É assim que o Facebook diz que a Apple acabará com a internet gratuita.

Ainda segundo a empresa de Marck Zuckerberg, o objetivo da Apple é pura e simplesmente aumentar seus próprios lucros, já que, se as empresas mudarem sua forma de fazer negócios ganhando com assinaturas ou pagamentos nos aplicativos, parte fica para a AppStore, que cobra taxas de 15% a 30% por tudo o que é gerado de receita dentro do aplicativo.

A Apple rebateu. “Os usuários devem saber quando seus dados estão sendo coletados e compartilhados em outros aplicativos e sites — e devem ter a opção de permitir isso ou não. A transparência de rastreamento de aplicativos no iOS 14 não exige que o Facebook mude sua abordagem para rastrear usuários e criar publicidade direcionada, apenas exige que eles dêem aos usuários uma escolha”. É fato, os usuários podem permitir o Facebook de usar seus dados. O que a Apple está implicando é que o Facebook também está interessado em seu próprio lucro, já que o seu modelo de negócios está calcado em anúncios assertivos.

Mas a briga com a Apple vai além. Em um longo texto entitulado “Em defesa dos pequenos negócios”, o Facebook revela que também está ajudando a Epic Games no processo judicial que a empresa move contra a Apple e que levou a exclusão do jogo Fortnite da AppStore. O Facebook diz que está comprometido em fornecer informações relevantes nesse litígio para mostrar como as políticas da Apple impactaram negativamente o Facebook, além de as pessoas e empresas que usam seus serviços. No auge da pandemia, a rede Mark Zuckerberg já tinha acusado a Apple de cobrar a taxa de 30% de pequenos negócios que estavam ganhando isenção do Facebook.

Se de um lado, a rede social acusa a Apple de estar utilizando práticas anticompetitivas, de outro, o próprio Facebook está sendo acusado pelas autoridades americanas de fazer combinações com o Google no mercado de publicidade online. A acusação é feita por procuradores do Texas e de outros nove estados que abriram processo contra o Google, nesta quarta-feira. O Google é dono do Android, o sistema operacional que compete com o iOS. Como se pode ver, o mercado e as disputas envolvendo as Big Techs está movimentado neste fim de ano.

 

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