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Em ano de ajuste fiscal, investimentos em infraestrutura devem cair 19%

Segundo consultoria, contingenciamento vai levar o governo a investir 25 bilhões de reais a menos do que no ano passado em obras de logística

Por Da Redação
1 jun 2015, 11h04

Após terem ficado estáveis de 2013 para 2014, os investimentos em infraestrutura deverão tombar 19% neste ano. O principal motivo é o corte dos gastos públicos causado pelo ajuste fiscal. Segundo especialistas, a menos de dez dias do anúncio do novo pacote de concessões do governo federal, a projeção reforça a importância do capital privado para esses investimentos.

Segundo estudo da consultoria Inter.B, a projeção para os aportes em infraestrutura neste ano é de 105,7 bilhões reais, 25,2 bilhões de reais a menos do que em 2014. Com isso, o investimento no setor cairia para 1,78% do Produto Interno Bruto (PIB), nível idêntico ao de 2007. Caso o número se confirme, o país só terá tido resultado pior em 2003, quando o aporte em infraestrutura somou 1,46% do PIB. A série histórica da Inter.B foi iniciada em 2001.

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Embora diversas empresas do setor sejam atingidas pelas investigações da Operação Lava Jato, o ajuste fiscal é o principal vilão em 2015, diz o presidente da Inter.B, Cláudio Frischtak. “O ajuste pega muito o investimento público”, afirma. A economista Luísa Azevedo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), explica que os gastos de custeio, muitas vezes obrigatórios, são mais difíceis de cortar.

No primeiro trimestre, o investimento público da União, sem contar estatais, caiu 30%, para 15,6 bilhões de reais, segundo dados compilados pelo economista Mansueto Almeida. Como o setor público responde por cerca de metade dos aportes no setor de transporte, ele é o mais afetado, explica Frischtak. No total, a Inter.B projeta queda de 20,9% neste ano, para 42 bilhões de reais. Em rodovias, o corte pode ser de 26,9%.

Nem o apetite chinês por investimento em logística, sinalizado na recente visita do primeiro-ministro Li Keqiang, pode ser suficiente. Integrante da comitiva, Yu Weiping, vice-presidente da CNR, que fornece trens para o Metrô do Rio, foi reticente quanto a novos investimentos no país. Disse que tudo dependerá de novos projetos. É justamente este o problema, segundo a InterB., já que os aportes em mobilidade urbana deve cair 20,2%.

Outra forma de promover o investimento são as parcerias público-privadas (PPPs), diz Gustavo Gusmão, diretor da área de infraestrutura da consultoria Ernst & Young. O problema, segundo o consultor, é que a contrapartida dos governos nas PPPs também fica ameaçada com o ajuste fiscal. Para ele, novo modelo de concessões será uma sinalização importante sobre a possibilidade de êxito da estratégia de usar a infraestrutura para impulsionar o “pós-ajuste”. “O mercado quer notícias boas, mas quer ver as coisas na mesa”, comenta Gusmão.

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(Com Estadão Conteúdo)

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