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Eletronorte demite em meio à pandemia e risco do sistema elétrico

Eletrobras fechou acordo coletivo em 2019 que já previa demissões; desligamento ocorre em meio a plano de privatização da companhia

Por Josette Goulart Atualizado em 7 jan 2021, 16h13 - Publicado em 6 jan 2021, 15h34

A Eletronorte, empresa do grupo estatal Eletrobras, enviou nesta semana a notificação de demissão de cerca de 200 funcionários da companhia. Apesar de a Eletrobras ter firmado um acordo intermediado pelo Tribunal Superior do Trabalho, em 2019, que já previa as demissões, o anúncio pegou de surpresa os funcionários da Eletronorte que não esperavam o desligamento em meio à pandemia.

A pressão pela concretização das demissões está vindo do governo, segundo algumas fontes próximas à Eletrobras, que quer botar na rua o plano de privatização da estatal. O grupo Eletrobras é formado pela Eletronorte, Eletrosul, Furnas, Chesf e distribuidoras de energia. O principal negócio da Eletronorte está no setor de transmissão onde opera hoje 10 mil quilômetros de linhas de transmissão e 53 subestações distribuídos em nove estados, especialmente no norte do País. 

O sindicato dos trabalhadores aponta que parte dos demitidos é de funcionários especializados nos serviços de manutenção e que ajudaram a consertar o sistema do Amapá, estado que sofreu um apagão em novembro e que ficou sem luz por quase 15 dias seguidos.

Muitos destes trabalhadores, segundo o sindicato dos urbanitários do Distrito Federal, tinham sido deslocados para avaliar e fazer ações preventivas para evitar apagões no Acre, estado que também está com fragilidades em seu sistema elétrico.

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De acordo com a diretora executiva do sindicato, Fabíola Latino Antezana, a demissão também poderá causar problemas para a empresa em manter três operadores por turno em algumas subestações, como requer a regra legal. O estado mais crítico é do Maranhão, onde 58 funcionários foram demitidos.

O acordo coletivo fechado em 2019 previa que o grupo Eletrobras não poderia ter mais do que 12.088 funcionários com estabilidade. Dentre as empresas do grupo, a Eletronorte foi apontada como a que sofreria os maiores cortes, cerca de 400 postos seriam eliminados. Em janeiro do ano passado, a empresa demitiu 45 pessoas, mas uma ação na Justiça impediu que as demissões se concretizassem. De acordo com Antezana, boa parte destes funcionários foi indispensável no trabalho de recuperação do sistema do Amapá. Agora, os dados do sindicato mostram que 33 daqueles funcionários demitidos em 2020 estão novamente sendo notificados. Além deles, outros 192 funcionários entraram na lista. 

Em nota, a Eletronorte informou que os estados do Acre e Amapá não serão afetados. “Apesar de permitidos e programados os desligamentos, desde janeiro de 2020, a Eletronorte, em mais uma demonstração de respeito aos seus empregados, e diante do contexto de pandemia, acordou que os desligamentos ocorressem apenas em janeiro de 2021, e com o pagamento de plano de saúde aos empregados até dezembro de 2022. Nesse sentido, não obstante frisar que os citados desligamentos foram postergados em um ano, comunicamos que o contingente a ser desligado nos estados do Acre e Amapá, a partir de janeiro, representa menos de 1% do quadro de empregados da Eletronorte. Por fim, diante do exposto, a Eletronorte, após o devido planejamento já realizado, continuará desenvolvendo sua importante função social, contando com um quadro de pessoal suficiente e qualificado para manter a qualidade dos serviços prestados à sociedade.”

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