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Efeito do dólar nos preços preocupa economistas

Por Da Redação
25 set 2011, 12h05

Por AE

Rio – O Banco Central (BC) vem argumentando que a crise internacional pode ter um efeito deflacionário e contracionista, e esta é uma das razões para a decisão de cortar a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 12%, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Diversos economistas, porém, acham que o efeito por enquanto é inflacionário, embora não descartem a aposta do BC, se a crise internacional piorar muito.

“O BC iniciou o processo (de corte de juros) com duas hipóteses que não estão acontecendo”, diz Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações e sócio da Quest Investimentos. Ele se refere ao efeito deflacionário da crise global e às promessas de contenção fiscal, em relação às quais é cético.

Salomão Quadros, coordenador de análises econômica da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio, acredita que esta última rodada da crise internacional terá um impacto moderado na inflação de 2011.

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“Minha sensação é de que vamos ter um pouco de contribuição do câmbio na inflação ao consumidor, mesmo sem ser o fator principal. Ainda assim, vai agravar, atrapalhar, e pode colocar o IPCA acima do teto da meta (de 6,5%)”, diz Quadros.

Ele frisa que tudo depende da evolução do câmbio e das commodities, mas acrescenta que a alta do dólar das últimas semanas parece ser mais do que uma oscilação passageira, que se anularia pouco tempo depois.

Por outro lado, há o recuo das commodities, que compensa parcialmente a alta do dólar, e já vem ocorrendo nos últimos dias. Porém, para que as commodities despenquem a ponto de ter um efeito deflacionário, a crise internacional precisaria se agravar muito mais.

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Na verdade, uma crise internacional muito violenta poderia ter efeito deflacionário como o de 2008 e 2009, quando a queda da confiança de empresários e investidores e a contração do crédito levaram a demanda na economia a despencar.

Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, nota que há três anos, na esteira da quebra do Lehman, “a demanda acabou caindo muito mais rápido que a oferta”. Ele, inclusive, reconhece que errou na ocasião, ao achar inicialmente que o efeito inflacionário prevaleceria.

Schwartsman acha que a crise de derivativos que infligiu grandes perdas a empresas como Aracruz, Sadia e Votorantim naquela época contribuiu no Brasil para o corte de crédito e a forte queda da produção industrial, que criou folga na capacidade instalada (o que é anti-inflacionário). “Acho que o efeito agora será inflacionário, mas o pressuposto é que não haja aquela despencada de demanda”, ele diz.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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