Economia retomou crescimento em novembro, diz BC
IBC-Br, considerado como a 'prévia do PIB', subiu 1,15% ante outubro
No acumulado de 2011 até novembro, a alta do IBC-Br ficou em 2,88%, enquanto o crescimento em 12 meses foi de 3,04%
A economia brasileira voltou a crescer em novembro, interrompendo uma sequência de três quedas seguidas, mostraram dados do Banco Central nesta segunda-feira. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 1,15% em novembro ante outubro, segundo números com ajuste sazonal.
Os números foram divulgados a dois dias da decisão de política monetária, na qual espera-se que a Selic sofra novo corte de 0,5 ponto percentual.
O dado de outubro, no entanto, foi revisado para baixo, mostrando agora queda de 0,50%, ante baixa de 0,32% na leitura anterior. A revisão é um sinal de que o impacto da crise externa sobre a economia pode ter sido maior do que o estimado.
No acumulado de 2011 até novembro, a alta do IBC-Br ficou em 2,88%, enquanto o crescimento em 12 meses foi de 3,04%.
De acordo com o relatório Focus do BC, o mercado espera que a economia tenha crescido 2,84%, segundo a mediana das estimativas. Se confirmado, o número marcará uma forte desaceleração ante o crescimento de 7,5% registrado em 2010.
O IBC-Br incorpora variáveis para o desempenho dos três setores básicos da economia: agropecuária, indústria e serviços. Devido a essa abrangência, o cálculo mensal do BC antecipa um indicador similar ao PIB, soma das riquezas produzidas no país e medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No terceiro trimestre, o PIB brasileiro ficou estagnado ante os três meses anteriores, levando o governo a anunciar um pacote de medidas para dar novo estímulo à economia, sobretudo pelo canal do consumo das famílias, que nos últimos anos tem sustentado o crescimento e que registrou queda entre julho e setembro.
O BC também agiu para dar suporte à atividade ao iniciar em agosto um ciclo de afrouxamento monetário, surpreendendo parte dos agentes e utilizando como justificativa as incertezas no cenário internacional. Desde então, a autoridade monetária já cortou o juro em três ocasiões, cada uma em 0,5 ponto, em meio à desaceleração na economia brasileira diante do agravamento na crise de dívida na Europa.
O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia na terça-feira o encontro que decidirá no dia seguinte o rumo da Selic, juro básico da economia. Com base no relatório Focus e a curva futura de juros, o mercado financeiro prevê um corte de 0,5 ponto percentual, que levaria a taxa, hoje em 11%, para 10,5%, menor nível desde julho de 2010, quando estava em 10,25%.
A dúvida de investidores recai sobre as próximas duas reuniões, em março e abril. O relatório Focus mostra mais duas quedas de 0,5 ponto cada, mas a curva futura de DI indica um mercado ainda dividido entre um corte de 0,25 ponto e de 0,5 ponto, e sem expectativa de redução na taxa no restante do ano.
(Com agência Reuters)