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EADS e BAE sepultam plano bilionário de fusão

Maior empresa do mundo no setor aeroespacial e de defesa não será mais criada graças a "diferenças intransponíveis" dos governos europeus

Por Da Redação
10 out 2012, 13h14

A European Aeronautic Defense & Space Co. (EADS) e a BAE Systems abandonaram os planos para uma fusão que poderia ter criado uma a maior empresa do mundo no setor aeroespacial e de defesa. Diferenças entre os acionistas governamentais das companhias mostraram-se intransponíveis e impediram a concretização do negócio. Segundo o jornal The Wall Street Journal, a Alemanha, França e o Reino Unido não conseguiram fechar um acordo sobre o tamanho da influência que teriam na empresa combinada. As companhias envolvidas não fizeram menção sobre qualquer plano de retomar o projeto de fusão em um estágio posterior. A decisão põe fim a vários meses de negociação.

A EADS e a BAE afirmaram que “tornou-se claro que os interesses dos acionistas governamentais não puderam ser conciliados adequadamente”. O acordo proposto poderia ter criado uma companhia gigantesca, com receita combinada de mais de 90 bilhões de dólares e valor de mercado de quase 50 bilhões de dólares. De acordo com o plano, os acionistas da EADS ficariam com 60% da entidade combinada, enquanto os investidores da BAE deteriam 40%.

Alemanha – Steffen Seibert, porta-voz do governo alemão, disse que, após o fracasso das conversações de fusão entre a EADS e a BAE Systems, a Alemanha continuará a buscar a compra indireta das ações da EADS que são detidas pela Daimler. “Para o governo federal, é agora uma prioridade que a EADS continue a se desenvolver positivamente em todas as áreas de negócios”, afirmou Seibert em um comunicado. “Para garantir isso, o governo irá, entre outras coisas, manter as negociações sobre a aquisição de ações detidas pela Daimler através do banco de desenvolvimento estatal KfW.”

A Alemanha não detém nenhuma ação da EADS diretamente, mas tenta comprar uma participação na empresa detida pela Daimler por meio do KFW, que é frequentemente usada pelo governo para administrar suas participações acionárias. Seibert acrescentou que o país tem “plena confiança na administração da EADS”.

Peter Hintze, vice-ministro da Economia e coordenador do governo alemão para a indústria aeroespacial, disse que o colapso das conversações de fusão era uma oportunidade para Alemanha, de acordo com entrevista publicada pelo site da revista Der Spiegel. Segundo Hintze, o fracasso da fusão garante a independência da EADS. “Acredito que isso fornece a melhor garantia de pesquisa e desenvolvimento para a produção para os interesses da política industrial da Alemanha em uma cadeia de forte valor”, disse. “A força da empresa reside na estreita cooperação franco-alemã. Foi dessa maneira que a Airbus tornou-se líder no mercado global de aviões civis e é forte nas áreas espacial e de helicópteros.”

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França – A França, que tem uma participação de 15% na EADS, fará tudo o que puder para garantir que a empresa tenha possibilidades de conquistar novos mercados, disse o presidente francês, François Hollande. Ele afirmou ainda que “não cabe a mim lamentar ou comemorar”. “Observo simplesmente que havia discussões entre essas empresas. A França tornou conhecido um certo número de argumentos e condições. Nossos amigos alemães estabeleceram os critérios. Os britânicos fizeram o mesmo. Aí, as empresas tiraram as conclusões.”

De olho – O grupo britânico BAE já informou que continuará a buscar oportunidades de fusões e aquisições no futuro, após o colapso das conversas para fusão com a europeia EADS. Segundo porta-voz da empresa nos Estados Unidos, Brian Roehrkasse, a companhia tem sua “estratégia claramente definida” e que está bem posicionada para um possível declínio dos orçamentos de defesa americanos.

“Vamos continuar a perseguir oportunidades de crescimento”, disse Roehrkasse. Ele também notou que a proposta de fusão com a EADS teria impacto modesto nos EUA, onde a EADS tem presença relativamente pequena.

(com Agência Estado)

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