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E-mail liga ex-presidente do Carf a caso que lesou o fisco

Em mensagem, Edison Pereira Rodrigues diz a representante da Ford que garantiria "95% de chances" de vitória em processo sobre multa da Receita

Por Da Redação
2 abr 2015, 11h34

Um e-mail apreendido pela Polícia Federal (PF) mostra que Edison Pereira Rodrigues, ex-presidente do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), disse que garantiria “95% de chances” a Ford de sair vitoriosa em um processo para reduzir ou anular multas da Receita Federal. Segundo informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, Rodrigues é um dos investigados da Operação Zelotes, que apura um esquema de pagamento de propinas a integrantes do Carf, colegiado subordinado ao Ministério da Fazenda que analisa os recursos de contribuintes autuados pela Receita Federal.

O e-mail obtido pelo jornal é de 2011, quando Rodrigues já havia deixado a chefia do órgão e atuava como lobista. Na mensagem, Rodrigues disse que a Ford “perderia com certeza” se não utilizasse seus serviços para recorrer de multas. A montadora, que é um dos 74 alvos da polícia na operação, não quis se pronunciar sobre o caso.

Para investigadores, a mensagem indica que a quadrilha que atuava no Carf tinha “facilitadores”, que atuavam junto a conselheiros no sentido de reduzir ou mesmo anular débitos de companhias. No e-mail, Rodrigues cita ter “trabalhado” para a Mitsubishi” com sucesso. A montadora também é uma das investigadas.

Outra empresa que está na mira da Zelotes é a Marcopolo, uma das maiores fabricantes de ônibus do país. De acordo com o Estado de S. Paulo, a companhia é suspeita de pagar 1 milhão de propina para ter julgado um processo no Carf em que recorria de uma multa avaliada em 200 milhões de reais.

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“Os acórdãos em anexo (da empresa Marcopolo) foram ‘negociados’ com as pessoas daquele esquema que já conversamos. Houve pagamento de 1 milhão de reais”, escreveu um dos conselheiros investigados pela Zelotes. O destinatário da mensagem é Gerson Schaan, chefe da Coordenação de Pesquisa e Investigação da Receita, que não é investigado. A Marcopolo não atendeu ao pedido de entrevista da reportagem.

As investigações devem avançar com o grande volume de material apreendido. O Ministério Público Federal (MPF) decidiu criar uma força tarefa para analisar os documentos. A PF dobrou o número de agentes envolvidos na apuração. Entre os investigados, há integrantes dos setores bancários, frigorífico, telefônico, além de montadoras, empresas de energia e estatais.

Desde a última quinta-feira, ao menos dezenove pessoas foram ouvidas pela PF, nove conselheiros e ex-conselheiros do Carf. O esquema pode ter desviado 19 bilhões de reais dos cofres públicos.

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(Da redação)

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