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Dólar sobe para R$ 3,82 e Ibovespa cai mais de 1%

No acumulado da semana, a moeda americana subiu 2,2%, a maior valorização desde a semana de 19 de agosto

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 23 nov 2018, 19h47 - Publicado em 23 nov 2018, 19h23

Em dia de liquidez baixa, o dólar começou a sessão volátil e firmou alta na parte da tarde desta sexta-feira, 23. A moeda americana chegou a bater em 3,83 reais. O novo tombo do petróleo no mercado internacional, em meio a preocupações com o aumento da oferta da commodity e o temor de desaceleração da economia mundial, contribuiu para trazer nervosismo para os investidores pelo mundo.

As bolsas tiveram queda em Nova York e o dólar valorizou-se ante moedas fortes, como o euro, e pares do real entre os emergentes, como os pesos mexicano, argentino e colombiano. O dólar à vista engatou a terceira alta seguida, de 0,40%, e encerrou a sexta em 3,8241 reais. No acumulado da semana, subiu 2,2%, a maior valorização desde a semana de 19 de agosto.

O Índice Bovespa oscilou em queda durante todo o pregão e terminou aos 86.230,22 pontos, em baixa de 1,43%. Os negócios somaram 12,6 bilhões de reais, ainda reduzidos por conta da ocorrência do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos e da Black Friday naquele país.

Na transição de governo, os nomes que estão sendo anunciados por Jair Bolsonaro (PSL) para sua equipe econômica, que agora inclui o comando de bancos, além da secretaria de desestatização – que teve o executivo Salim Mattar, da Localiza, anunciado nesta sexta – estão agradando às mesas de operação, mas operadores ressaltam que o tom de cautela lá fora impede um movimento de vendas maior do dólar aqui. Um dos indícios é a alta do risco Brasil medido pelo Credit Default Swap (CDS) de 5 anos, que era negociado a 216 pontos-base no final da tarde de hoje, ante 212 no fechamento de quinta.

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O mercado fraco nos EUA e o cenário externo mais cauteloso, ressalta o diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan, levaram bancos e outros grandes investidores a migrarem para posições mais defensivas no câmbio. Além disso, os investidores estão esperando os eventos da próxima semana, que inclui a reunião do G-20, o grupo formado pelos países mais ricos do mundo, que ocorre na Argentina e terá a presença de Donald Trump. Para Baldan, a tendência é que o dólar oscile nas próximas semanas na casa dos 3,75 reais a 3,80 reais.

Os estrategistas de câmbio do Société Générale veem o dólar mais pressionado pela frente, chegando a 3,95 reais em março do ano que vem e a 4,05 reais a partir de junho, fechando 2019 em 4,10 reais. A avaliação do banco francês é a de que o cenário externo vai seguir mais desafiador e o Brasil tem “múltiplos desafios”, por conta de indicadores fiscais muito deteriorados e a dificuldade de se formar coalizões em um Congresso muito fragmentado. “A dívida pública do Brasil está perto de um nível em que pode interromper abruptamente o ciclo de expansão e colocar em dúvida a sustentabilidade da macroeconomia”, ressalta relatório do banco.

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Bolsa

Com a busca por ativos de maior segurança, investidores migraram dos mercados acionários em todo o mundo, o que fortaleceu o dólar e reduziu os juros dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries. As bolsas de Nova York operaram com horário reduzido, mas foram referência negativa para os índices de ações de países emergentes. No final do dia, o MSCI Emerging Markets tinha queda de 1,17%. O EWZ, principal ETF brasileiro, recuou 1,78%.

Como não podia deixar de ser, as quedas mais relevantes do Ibovespa foram as da Petrobras e da Vale. As ações da mineradora perderam 6,83% e as da petroleira tiveram quedas de 2,34% (ON) e de 3,10% (PN). Ações de bancos tiveram queda, à exceção de Santander (+1,03%) e Banco do Brasil ON (+0,79%), que continuou a refletir a boa recepção ao nome de Rubem Novaes para presidir a instituição. Novaes afirmou que braços do banco podem ser privatizados.

“O mau humor internacional, em meio ao volume reduzido e a semana marcada por feriados, acabou por prevalecer no sinal da bolsa. Mas o lado político interno segue bastante positivo, com o anúncio de nomes do novo governo que são pró-mercado”, disse Eduardo Guimarães, especialista em ações da Levante Ideias de Investimentos.

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Guimarães afirmou que a indicação de Salim Mattar para a Secretaria de Desestatização também foi bem recebida no mercado, mas a notícia foi ofuscada pelo mau humor do investidor internacional. Mattar é fundador e presidente do conselho da Localiza, uma das maiores locadoras de veículos do mundo.

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