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Dólar sobe e fecha aos R$ 4,10, o maior valor em oito meses

Investidores cautelosos com a cena política interna e novos capítulos na disputa comercial entre EUA e China pressionam a moeda

Por Larissa Quintino Atualizado em 17 Maio 2019, 18h59 - Publicado em 17 Maio 2019, 17h48

A cotação do dólar continuou a sua escalada nesta sexta-feira, 17. A moeda americana subiu 1,6% e  fechou negociada a 4,10 reais para a venda. É a maior cotação desde 19 de setembro de 2018, quando atingiu 4,12 reais. Naquela época, tensões causadas pela corrida eleitoral ditavam o rumo da moeda americana. Na semana, o dólar acumulou ganho de 4%.

Novos capítulos na disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, além de investidores cautelosos com a cena política interna, foram responsáveis pelo aumento. “Houve uma escalada de aversão a risco que pegou o Brasil em cheio nesta semana”, afirmou Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset.

Segundo ele, somou-se a esse cenário a posição da agência de classificação de risco Fitch Ratings. Na véspera, o diretor da agência no Brasil, Rafael Guedes, disse que apenas a aprovação da reforma da Previdência não é suficiente para elevar a nota de investimento do país, que hoje está em BB-, três degraus abaixo do grau considerado de baixo risco.

As investigações envolvendo o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), também influenciaram na cotação da moeda. Conforme revelado por VEJA, o Ministério Público do Rio de Janeiro apontou indícios de que o parlamentar tenha utilizado a compra e venda de imóveis no Rio de Janeiro para lavar dinheiro. Entre 2010 e 2017, Flávio investiu 9,425 milhões de reais na compra de dezenove imóveis, entre salas e apartamentos. 

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Para Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, além da aversão do mercado quanto a falta de articulação política do governo para a aprovação de reformas, é possível que o mercado esteja “testando” o Banco Central quanto a uma intervenção no cenário.

Além da disparada do dólar, o dia  fechou com recorde negativo no Ibovespa. O principal índice da bolsa brasileira fechou em 89.993 pontos, com leve queda de 0,04%, mas suficiente para que ficasse pela primeira vez abaixo dos 90 mil pontos no governo Bolsonaro. Foi o pior resultado em quase cinco meses. Em 28 de dezembro de 2018, o índice fechou em 87.887 pontos.

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Guerra comercial piora expectativa

Além de um cenário interno difícil, os investidores começaram o dia de olho nos novos capítulos na disputa entre China e Estados Unidos. Pela manhã, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, pediu mais sinceridade ao governo americano. “Devido a certas atitudes dos EUA, acreditamos que precisa haver uma demonstração de sinceridade”, disse ele. “Os EUA deveriam observar os princípios de respeito mútuo, da igualdade e do benefício mútuo, e também têm que manter sua palavra”, acrescentou Kang, sem dar mais detalhes sobre o assunto.

A China ainda não afirmou se vai retaliar a última medida dos Estados Unidos na tensão comercial, embora a mídia estatal tenha adotado um tom cada vez mais estridente, com o Diário do Povo do Partido Comunista publicando comentários de primeira página que evocam o espírito patriótico de guerras passadas.

(Com Reuters)

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