Dólar recua para R$ 4,14, mas tem maior alta mensal em quase 4 anos
Moeda acumula aumento de 8,5% em agosto, maior valorização desde setembro de 2015; Ibovespa fecha mês com baixa de 0,7%, aos 101 mil pontos
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira, 30, com queda de 0,7% aos 4,14 reais para a venda, em dia marcado por viés positivo nos mercados externos, em meio ao otimismo em relação às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Entretanto, a moeda americana acumulou alta de 8,5% em agosto, maior valorização mensal desde setembro de 2015.
Agosto foi um mês marcado por grande volatilidade nos mercados domésticos de câmbio, tendo de pano de fundo as disputas comercias entre EUA e China, as incertezas político-econômicas na Argentina, além das novas atuações do Banco Central no mercado com leilões de swap reverso e venda de dólar à vista. No mês, o real também foi a moeda que mais apresentou desvalorização frente ao dólar, ficando atrás apenas do peso argentino.
“O real sofreu uma pressão acentuada em agosto, muito por causa do cenário externo caótico. No entanto, a moeda deverá ter um alívio no próximo mês, já que as questões na Argentina já foram quase totalmente precificadas”, afirmou Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais. Entretanto, o Morgan Stanley elevou nesta sexta-feira as projeções para o dólar ante o real para os próximos trimestres e agora vê a moeda americana em 4,15 reais ao fim de setembro.
A bolsa paulista emendou a quarta sessão no azul nesta sexta-feira, em meio a melhores expectativas para as negociações comerciais entre EUA e China e novos indicadores positivos da economia brasileira. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, subiu 0,61% no dia, para 101.134 pontos.
Na semana, o índice avançou 3,55%. Mas não foi suficiente para manter o fôlego. Após quatro meses no azul, refletindo o otimismo com o avanço da reforma da Previdência e de um ambiente externo com grande liquidez, o mercado passou por uma correção, refletindo a crise argentina, o impasse EUA-China, que estressaram o câmbio, e até a repercussão global negativa aos incêndios na Amazônia. Mesmo com uma sequência positiva na reta final do mês, o Ibovespa fechou agosto com baixa de 0,67%.
(Com Reuters)