Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Dólar reage à elevação dos juros na China e IOF mais alto

Analistas destacam que o governo brasileiro teve sorte ao se beneficiar indiretamente da decisão do governo chinês

Por Da Redação
19 out 2010, 17h31

A inesperada alta dos juros na China, associada ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado dos investimentos estrangeiros em renda fixa para 6%, contribuiu para frear a queda do dólar ante o real. Com isso, a moeda norte-americana subiu 1,26% nesta terça-feira, para 1,687 real. Na máxima do dia, a divisa chegou a ser cotada a 1,700 real, o maior nível deste mês.

Nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, além de elevar o IOF de 4% para 6% na renda fixa, a mesma taxa foi adotada sobre a conversão de dólares em reais para depósitos de margem de garantia na bolsa. Contudo, antes mesmo de o mercado avaliar o efeito imediato do IOF sobre o dólar, o governo chinês surpreendeu analistas ao subir os juros pela primeira vez desde 2007, em uma tentativa de limitar as pressões inflacionárias.

“Ele (Mantega) deu sorte”, disse o operador de um banco, que preferiu não ser identificado, ao comentar a alta do dólar no mercado internacional – de cerca de 1,7% ante uma cesta com as principais moedas às 16h30.

O próprio ministro saudou nesta terça-feira a decisão da China de aumentar os juros. O país tem sido criticado em fóruns internacionais por manter o yuan desvalorizado e, com isso, baratear suas exportações. “Eles estão colaborando”, comentou Mantega.

Foi um roteiro inverso ao de duas semanas atrás. Quando o governo elevou o IOF de 2% para 4%, a primeira reação da moeda americana foi de queda. Naquela ocasião, a surpresa foi protagonizada pelo banco central japonês, que cortou o juro para praticamente zero.

Continua após a publicidade

Medida inócua – A indiferença do mercado à primeira elevação do IOF deste mês corroborava os cálculos de Tatiana Pinheiro e Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, de que a medida tem efeito inócuo sobre a taxa de câmbio.

“Nossos resultados sugerem que o aumento do imposto sobre a entrada de capital (e medidas similares) é equivalente a atirar pedras no meio de uma guerra”, escreveram os analistas.

No entanto, a rapidez com que o governo publicou um novo decreto para taxar o capital especulativo deixou outros investidores cautelosos com a possibilidade de que novas medidas ainda seriam anunciadas. Com políticas menos previsíveis, o risco cresce e, consequentemente, a perspectiva de alta do real diminui.

Sandro Serpa, subsecretário de tributação da Receita Federal, afirmou a jornalistas que está “observando a consequência da medida para ver qual a eficácia dela.”

Continua após a publicidade

Segundo ele, o Banco Central “vai acompanhar a medida e ver quais são os próximos passos, se é que haverá próximos passos.”

Exportadores – A breve subida do dólar a 1,70 real atraiu exportadores para o mercado, afirmou Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora. “Eles estavam com dinheiro parado lá fora. Muita gente já aproveitou e vendeu dólar”, disse, dando apoio à visão de outros dois operadores ouvidos pela Reuters.

O volume de operações registradas na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa até perto do fechamento era de 3,6 bilhões de dólares, pouco além da média diária do mês.

(com Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.