Dólar fecha a semana em alta, a R$ 3,94, com clima tenso entre EUA e China
Moeda teve valorização de 1,3% no período; no cenário interno, otimismo com reformas da Previdência e tributária segurou a queda do Ibovespa
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira, 9, e engatou mais uma semana de aumento, por causa das tensões nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China. A moeda americana encerrou o dia vendida a 3,94 reais, alta de 0,39%. Nesta semana, a aceleração foi de 1,3%. Com a escalada nas tensões entre as duas potências e a sinalização de desaceleração global, o dólar acumulou sua quarta semana consecutiva de alta, subindo 5,4%.
Nesta sexta-feira, declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foram novamente o estopim para o pessimismo do mercado. O republicano afirmou que o país continua a negociar com os chineses, mas que não devem fechar um acordo por enquanto e que pode cancelar a nova rodada de negociação entre os países, prevista para setembro.
Na semana, os EUA acusaram os chineses de “manipulação cambial”, após o país desvalorizar sua moeda, o yuan. O movimento foi visto como retaliação do governo Xi Jinping às novas tarifas comerciais impostas pelos americanos.
As tensões comerciais internacionais também ajudaram a puxar o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, para baixo, com ligeiro recuo de 0,11% nesta sexta. Porém, o otimismo com o cenário doméstico aliviou a baixa. Tanto que, na semana, o índice teve alta de 1,29%. Segundo Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset, o avanço da reforma da Previdência, que chegou na quinta-feira ao Senado, e a reforma tributária no radar ajudam a segurar, internamente, os danos das tensões entre Washington e Pequim e o risco de desaceleração global.